27 fevereiro, 2013

Quantos jornalistas terão ficado a reflectir nisto?


Desta vez, não será o autor deste blog a criticar os jornalistas e a comunicação social.  Aqui fica um artigo de João Adelino Faria que, entre outras coisas, aflora assuntos como o impacto que as escolhas as redacções - nomeadamente, o destacar ou silenciar certas notícias -, tem no espaço mediático e sobre a opinião pública.

"Qual é a diferença entre um banqueiro que utiliza uma imagem de um sem-abrigo e um sindicalista que chama escurinho ao representante do FMI?

O escurinho e o sem-abrigo

09/02/2013 | 10:00 | Dinheiro Vivo

Qual é a diferença entre um banqueiro que utiliza uma imagem de um sem-abrigo para falar da austeridade e um dirigente sindical que chama escurinho ao representante do FMI na troika em Portugal? Nenhuma. Mas nos jornais, nas televisões e até no parlamento, um foi censurado e questionado enquanto o outro foi simplesmente esquecido.

É curioso [para os leitores do blog já não será concerteza...]ver como os media e alguns políticos reagiram de forma tão diferente a estas duas declarações polémicas. Um banqueiro utiliza o exemplo de um sem-abrigo para demostrar o que são privações ao falar da austeridade e, de imediato, passa a ser abertura de noticiários. As polémicas declarações do presidente do BPI transformaram-se numa espécie de rastilho entre os partidos de esquerda. Vários deputados transformaram mesmo o caso em interrogatório numa comissão parlamentar e outros até perguntaram ao primeiro ministro se não ia pedir explicações ao banqueiro!

Dias antes, na manifestação dos professores, o líder da CGTP tinha chamado escurinho ao representante do FMI para Portugal. Tirando algumas notícias sem grande destaque e comentários no Facebook, não se viu ninguém, dos mesmos partidos que censuraram Fernando Ulrich, a criticar publicamente Arménio Carlos nem a levar o caso ao parlamento ou a questioná-lo numa comissão.

Estes dois exemplos demonstram bem que, ao contrário do que muitas vezes se quer fazer crer, afinal os media não protegem os poderosos e os ricos. Neste caso foi precisamente o contrário. O banqueiro está, pelo menos há duas semanas, a ser notícia por causa da declaração que fez. Já o dirigente sindical, tirando algumas exceções, foi caso encerrado nos jornais ao fim de dois dias.
 
(link para o resto do artigo aqui, segue-se o parágrafo final.)
....
 
Não tenho dúvidas sobre as boas intenções e caráter destes dois homens. Já mostraram muitas vezes a seriedade com que estão nos cargos que desempenham. Por isso, talvez tudo isto não devesse ter tido assim tanta importância. Mas, se calhar, o empolamento das declarações e a criação de uma polémica até acabou por dar jeito a muito boa gente."
 
Então não deu...E parabéns a João Adelino Faria, neste país tão corporativista, é positivo constatar que alguns conseguem manter a capacidade de olhar para a sua "classe" com olhar crítico.
 

24 fevereiro, 2013

Portugal, Lisboa e o Resto do País - 2ª Parte.


(continuação disto)

Lisboa, o berço do “Sebastianismo Abrilista”

Nas décadas recentes, com os complexos resultantes de uma ditadura de direita, esta aliança entre a Esquerda política  e o “jornalismo militante” – cada vez mais relevante pelo crescente peso que a comunicação social tem nas sociedades modernas – transformou este País num terreno cada vez mais adverso a tudo o que não tenha o rótulo socialista. Aliás, muitos cidadãos nem saberão que, hoje, mais de 30 anos depois do 25 de Abril, a nossa Constituição (ainda) começa assim…

 "A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português..."

Se alguém duvida que este país é socialista... Outro assunto interessante de analisar seria o conteúdo dos programas escolares, formatados à medida deste “esquerdismo”. O ensino português está construído para “produzir” cidadãos que, por defeito, denotam uma tolerância infinitamente maior com tudo o que seja de Esquerda – nem que seja só o rótulo – e hostilidade em relação aquilo que não é. Aliás, mesmo quando é o partido (dito) socialista a governar, a "coisa só dá para o torto" porque estes adoptaram... políticas de direita! A Esquerda tem sempre razão...

NOTA: Vejamos um exemplo mais imediato: o processo pelo qual Relvas está a passar. Independentemente se o homem deveria estar em funções ou não – objectivamente - será que este ministro está entre os principais responsáveis da situação, ou por outra, será “O” culpado pelos sacrifícios que os portugueses estão nesta altura a suportar? Não será que existem outras figuras da política lusa a merecer muito mais repúdio por parte da “opinião pública”? Se Relvas fosse de esquerda, teria existido esta campanha de ódio?...


Concluindo…
Dir-se-á que o País tinha (tem) grandes níveis de analfabetização, que se tratava de uma sociedade rústica, “retrógrada”, e que esta espécie de “minoria iluminada” veio implementar as mudanças de que Portugal precisava para se aproximar dos países do 1º mundo. Em alguns aspectos isto até é válido (ditadura é, obviamente, inaceitável), mas olhemos aos resultados:

- nos últimos 30 anos o País, sempre "pela mão" do partido socialista, entrou por 3 vezes em bancarrota (78, 83 e 2011);

 - nos últimos 30 anos, as desigualdades no interior do nosso território, agravaram-se. Hoje, um cidadão de algumas zonas do Norte conta com 1/3 do rendimento médio de um seu compatriota que viva na capital. Esta discrepância é ainda mais gritante quando verificamos que a Região Norte, apesar de ser a que mais exporta, ou seja, a que mais riqueza produz, é a região mais pobre do País…;

- nos últimos 30 anos, de acordo com dados da OCDE e apesar de toda a retórica esquerdista de protecção dos mais desfavorecidos, Portugal encontra-se entre os países com as maiores desigualdade de rendimentos e das sociedades onde existe um maior fosso entre ricos e pobres;
Todos os factos apontam para uma realidade bem distinta da “igualdade e fraternidade” anunciadas, pelo que a tese da “minoria iluminada” que se impõe a uma “maioria retrógrada” (mais consentânea com o “jacobinismo” que com os valores da democracia), cai por terra. Mas, olhando ao n.º de vezes que nos últimos dias se ouviu o "Grândola vila morena...", percebe-se quantos portugueses vivem em estado de negação. Então, com excepção do consulado de Cavaco (que coincidiu com o único período em que tivemos cerscimento decente, diga-se), não foi a Esquerda que dominou a vida política nas últimas décadas?
 
Mas, fruto do tal "Sebastianismo Abrilista", muitos preferem ignorar factos como Sócrates ser o pai da bancarrota ou o PS ter governado quase ininterruptamente entre 1995 e 2011. Não, não foram os socialistas nem a esquerda, os responsáveis pelo estado lastimoso do País... talvez porque dessa forma esperam ficar com uma consciência mais tranquila face aos ideais e conquistas não cumpridos, preferem atribuir as responsabilidades da miséria a que o País chegou aos governantes que tomaram posse há cerca de 1,5 anos... a culpa, obviamente, é da Direita!

Objectivamente, o modelo económico e social instituído em Portugal não serviu a globalidade da população, antes a minoria que passou a controlar a estrutura do Estado.Em suma, e resumindo a tese central deste post, a existência de duas correntes dentro da sociedade portuguesa: uma (por razões históricas mais ou menos próximas), de matriz mais urbana, fortemente conotada com a esquerda, instalada em Lisboa e encrustada na estrutura de um Estado profundamente centralista, em contraste com outra, mais conservadora e tradicional, menos ideológica e mais pragmática, no resto do país.
 
Assim, seria interessante ver discutida esta ideia:

Sendo INEVITÁVEL uma alteração do modelo económico português, o qual terá de passar, OBRIGATORIAMENTE, por uma forte aposta nos sectores mais tradicionais – nomeadamente, na Agricultura e Indústria -, até que ponto a imposição do modelo de sociedade preconizado por este grupo bem instalado em “Lesboa”, que domina a comunicação social e os próprios conteúdos do sistema educativo,  constitui um obstáculo ao desenvolvimento social e económico de Portugal?

 
 

22 fevereiro, 2013

Comunicação Social, a verdadeira oposição

 
Outro caso exemplar do que é este Jornalismo de Intriga… 

Para aqueles que têm alguma memória, concerteza se recordarão do clima criado à volta da possibilidade de Cândida Almeida ser uma das candidatas a substituir Pinto Monteiro como PGR, felizmente, para aqueles com fraca memória e que (ainda) “comem” tudo o que esta comunicação social esquerdista “lhes serve”, também existe a pesquisa do Google!

No final do Verão de 2012, rezavam assim as notícias propaladas pelas redacções:

“Cândida Almeida na calha para PGR O nome da procuradora-geral adjunta Cândida Almeida deverá ser o escolhido para substituir o Procurador-Geral da República, Fernando Pinto Monteiro, que termina o seu mandato a 12 de Outubro”

Ora bem, se “a Direita” se preparava para escolher Cândida Almeida para PGR, obviamente, existia aqui alguma cumplicidade entre a Srª e os partidos da coligação… e, claro, neste cantinho socialsta, logo surgiram notícias a dar conta dessa "realidade":

“…Cândida Almeida, tida nos meios judiciais como uma figura próxima do PS, reunir também apoios nas áreas do PSD e do CDS. Refira-se, por exemplo, a sua recente participação na Universidade de Verão dos sociais-democratas.”

Através da TV, rádio e jornais, passamos então a constatar essa proximidade entre a “futura” PGR e o PSD… “A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal falava à chegada a Castelo de Vide, onde vai ser oradora num jantar-conferência no âmbito da Universidade de Verão do PSD.” E, simultaneamente, que esta Srª “tão próxima” do PSD defendia teses como “Portugal não é um país corrupto” e que, embora, defendesse “… alterações legislativas pontuais no combate à corrupção, mas garante que nesta matéria não deve haver uma caça às bruxas.”

 
 
E pronto, o cidadão comum português, ciente que neste País os casos de corrupção que envolvem políticos nunca chegam ao fim, ficava assim “informado” que entre PSD, CDS e Cândida Almeida já estaria tudo acertado! E podriam concluir: se esperavam um(a) novo(a) PGR que enfrentasse a corrupção, tirassem o “cavalinho da chuva”, a maioria já tinha escolhido alguém que não considera Portugal e os seus políticos um país corrupto…

Entretanto, passadas umas semanas, soube-se que a escolha para PGR, recaiu, não em C.A. mas em Joana Marques Vidal. Nem sei, mas até devem ter surgido daquelas notícias típicas“ … o Governo recuou na decisão.” Ou “… viu-se obrigado a recuar…” 

Alguns meses depois (Fevereiro)…

Na última semana, veio a público a decisão de substituir Cândida Almeida (aquela Srª próxima do PSD, lembram-se?) à frente do DCIAP. Habituados à falta de memória dos nativos, eis que as redacções – incluindo os mesmos que insinuavam exactamente o contrário há 4 meses - se colocam no terreno a sugerir que essa substituição está relacionada com investigações que estaria a dirigir envolvendo as figuras do PSD:

“Relvas e Jardim investigados por Cândida Almeida”

“Cândida Almeida está a investigar o presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim pelas contas da Madeira e também o ministro Miguel Relvas por alegada favorecimento à empresa Tecnoforma onde trabalhou Pedro Passos Coelho”

“Cândida Almeida pediu para levantar imunidade de Jardim"

A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, garante que processou procuradores apenas devido a fugas de informação. Além de Jardim por causa das contas da Madeira, o DCIAP investigava o caso entre Relvas e a Tecnoforma”
E pronto, numa reviravolta daquelas em que o Jornalismo militante é exímio, Cândida Almeida passou à categoria de “justiceira ”, a nova PGR é que passou a ser a “defensora” da maioria (e, coitada, passa a vida a desmentir isto e aquilo), e os indignados do costume, embalados pelos camaradas da comunicação social esquerdista, andam a pregar contra a impunidade de Relvas, Jardim e Passos Coelho… cantando “Grândolaaaaa…..vila……”.


Não é em África, nem em Cuba ou Coreia do Norte, diz que é jornalismo de um país da Europa Ocidental… Por estas e por outras, aqui se pergunta:


“Com jornalismo assim, quem precisa de censura?...”

Daria um excelente "Escândalo!", se fosse para malhar na Direita....


Esta capa do Correio da Manhã, considerando a maturidade, ética e elevação no espaço mediático português, é totalmente escusada e demagógica! A utilização do termo “tacho” é completamente abusiva, já que a ligação do Eng. Sócrates à área do medicamento e farmácia não é nova, como se pode depreender destas notícias em 2010:

“A Associação Nacional das Farmácias (ANF) nega que o presidente da entidade, João Cordeiro, tenha pedido ao governo de José Sócrates para alterar um decreto-lei com vista a favorecer as farmácias.”

“Nas conversas divulgadas pelo Sol, decorridas em Junho, Julho e Agosto, fica claro que Armando Vara foi o intermediário do alegado favorecimento da ANF e Lopes Barreira trata Cordeiro como "nosso amigo".”

 
Felizmente [Grâaaaandd……], nem a notícia das escutas que envolve Sócrates num esquema para favorecer o sector farmacêutico [..oolaaaaa….], nem esta notícia do seu novo cargo na farmacêutica suíça […viiilaaaaaaa……], chegam à abertura dos telejornais (ou noticiados serão sequer…). É reconfortante constatar que a esmagadora maioria dos nossos órgãos de comunicação [Moreeeéeee……] social não alinham em “assassínios de carácter” […eeenáaaaaa…]….


Portugal, Lisboa e o Resto do País - 1ª Parte.


Há uma parte do País que ficou suspensa na "quimera do 25 de Abril", nos ideais e conquistas que, apesar de muita fé revolucionária, nunca se concretizaram. Essa facção, órfã de uma espécie de “Sebastianismo Abrilista”, está fortemente enraizada na capital e continua a dominar uma parte importante do aparelho centralista do Estado, com o qual se entrelaça e onde angariou os seus privilégios.

Estas “conquistas” e privilégios, estão dependentes da manutenção da forte presença do Estado na economia. Os recursos para sustentar este aparelho, são suportados pelos impostos da generalidade do País, onde recorde-se, muitos não têm a oportunidade de usufruir dos benefícios dessa estrutura monstruosa, se não vejamos:

- Ao nível do emprego público: por que razão não existe um ministério, uma secretaria de estado, uma direcção geral, um instituto ou empresa pública, fundação, observatório, etc., cuja sede não esteja em Lisboa?! Este universo de serviços públicos é a âncora da capital megalómana que temos. Seria muito interessante conhecer a distribuição das largas dezenas de milhar de milhões de euros de despesa que o Estado tem com o seu pessoal, mas por distrito…

- Ao nível das oportunidades de negócio e carreira: em função do enorme centralismo ditado pelo item anterior, mesmo as empresas ditas privadas – empresas que eram da esfera pública como a EDP, a PT, a Galp, etc., a banca e o sector financeiro, o sector da comunicação social, as multinacionais estrangeiras, etc., etc. –, instalam a sua sede na capital, pois dada a dimensão do Estado, a proximidade com o poder é fundamental;  

- A existência de serviços públicos: por ex., é comparável a oferta de serviços nas áreas da saúde, educação ou transportes, entre as infra-estruturas presentes na capital e no resto do País?

À excepção do Porto - que é quem mais reclama com o centralismo, mas menos razão de queixa tem –, como se sentirá um cidadão de Portalegre ou Bragança, ao ouvir nos telejornais das 20h notícias do género “a greve dos transportes públicos paralisou o País!”… à excepção de Lisboa e Porto, não existem transportes públicos no resto do País, Srs. jornalistas! A vida da maioria dos portugueses que vivem fora de Lisboa e Porto, contrariamente ao que anunciam nas rádios, tv e jornais, é relativamente indiferente às greves que tanto destaque dão.

Outra situação / exemplo: a grande indignação das redacções da capital (impávidas e serenas quando fecham escolas, centros se saúde, tribunais, etc., na província) face o provável encerramento da maternidade Alfredo da Costa. Como será que, cidadãos cujos familiares perdem horas numa ambulância do INEM para chegar a uma urgência, ou até que já tenham tido filhos nascidos às mãos de um bombeiro, na beira da estrada a caminho de uma maternidade no interior, se sentirão?!

Tendo em conta estas discrepâncias e assimetria regionais, digam lá se neste País da “igualdade e da fraternidade” não existem claramente dois grupos de cidadãos que, embora paguem os mesmos impostos, usufruem do “bem colectivo” de forma completamente discricionária e injusta?  

                 (clicar na imagem para abrir)

Apesar de tantos puristas da Constituição, nomeadamente, do princípio da igualdade, porque será que este tema é tão raramente discutido ou, quando surge uma oportunidade, é logo intencionalmente misturado com uma pretensa guerra “Norte-Sul”? E será que os anticorpos que sempre surgem quando se fala na tal “Reforma do Estado” estão relacionados com esta realidade, ou melhor, decorrem do receio que qualquer mudança do actual estado de coisas seja vista como uma ameaça ao "establishment"? Claro que SIM.
 
Viver em Lisboa Vs viver no “País Real”

Será que em “Lesboa” alguém pára para pensar um pouco na forma como, na agenda mediática, são utilizadas expressões como: “O país isto, o país aquilo… ” ou “Os portugueses isto, os portugueses aquilo… ”. Srs. jornalistas e comentadores, as fronteiras de Portugal ficam muito para além do Tejo, a Sul, e Vila Franca, a Norte!... E, infelizmente, embora este país seja um cantinho, cá dentro existem “vários” portugueses.

Ao forte centralismo do País que, como acima exposto, origina “classes” distintas de portugueses, soma-se ainda um factor ideológico

O tal estado mental do “Sebastianismo Abrilista” referido no início, traduz-se numa marcada afinidade ideológica esquerdista, que é outro traço distintivo desta minoria residente na capital. Suportado no centralismo (conhece algum mass media fora da capital?), o seu pensamento e código de valores, consegue também ter uma presença determinante nas camadas (ditas) intelectuais e, designadamente, nas redacções que, através dos comentadores e opinadores do costume, marcam a agenda mediática e noticiosa definindo o que é “bom” e o que é “mau”, e assim se vai impondo a sua agenda e próprias convicções ao resto do País - o qual, note-se, é em geral mais pragmático e mais indiferente a questões ideológicas, antes querem um governo que lhes resolva os problemas.

 
Os Antecedentes...
Esta influência e a existência de duas “correntes” dentro da sociedade portuguesa é antiga, mas os seus efeitos começaram a acentuar-se a partir do final do Sec. XIX…

Essa informação não vem nos Manuais Escolares, mas convém recordar que a Monarquia foi substituída pela Republica quando os republicanos representavam apenas 9% dos votos a nível nacional (eleições de Agosto de 1910, 3 meses antes da revolução). Os Republicanos apenas eram maioritários na capital, mas contavam (lá está!...) com a classe intelectual, nomeadamente, os jornalistas e outros que controlavam a comunicação social da época.

Não estão aqui em causa as virtudes ou defeitos dos regimes Monárquico e Republicano (que em Portugal se desenvolveu muito próximo das teses socialistas), apenas demonstrar que uma minoria impôs o seu modelo ao resto do País… no entanto e apesar de também não se ensinar na escola, sabe-se como a I República ficou muito aquém de cumprir os ideais prometidos, acabando por culminar num período extremamente conturbado que constituiu a semente do Estado Novo…

Outro momento, mais recente, em que se pode constatar este desfasamento entre a "corrente da capital" Vs o Resto do País, foi o que se passou a seguir ao 25 de Abril de 1974. Nos meses que se seguiram à Revolução, o PCP era claramente o partido que “geria” a situação, quer a estrutura militar quer a estrutura de governo (provisório). Para não variar, era esta força política e seus apaniguados, que controlavam a Comunicação Social…

No entanto, este domínio não era nacional como se constatou nas Eleições de Abril de 1975. Nessa eleição, o PCP não chegou a 13% dos votos… mais uma vez, se constata, à semelhança do caso anterior associado à I Republica, a existência de uma minoria instalada em Lisboa conflituante com o Resto do País mas, sempre alicerçada na afinidade entre os políticos esquerdistas e o “Jornalismo Militante” (que tão citado é aqui no blog).

Este momento e o modelo de sociedade que a seguir se implementou no País, é a causa mais próxima da crise gravíssima em que o País actualmente se vê mergulhado...  
 
 
(continua aqui... mas não será mais uma trilogia!)
 
 

21 fevereiro, 2013

O desassossego mediático VS saúde pública



A ver se nos entendemos... até aqui, com frequência, surgiam notícias que nos levavam a crer que os portugueses mais idosos - sem dúvida, uma das classes mais desprotegidas e que merece a maior atenção da nossa sociedade - estavam a deixar de ir ao médico, ou de comprar medicamentos, por falta de condições económicas.

Concerteza, se recordarão de notícias ou reportagens nesse sentido...
 
Obviamente, casos desse existirão (mesmo em altura de crescimento económico...), mas já aqui no blog se tinha feito menção às políticas deste governo nesta área e constatado que, ao contrário do que o jornalismo militante sugere, a venda de medicamentos não dimínuiu, "os portugueses compraram mais 5,8 milhões de embalagens de fármacos" e que as recentes medidas na área da saúde permitiram uma quebra de cerca de 30% no custo dos medicamentos.
 
Desta vez, a partir de uma notícia que nos dá conta que o consumo de antidepressivos mais que duplicou, que conclusões retirariam as redacções?... que os idosos voltaram a ter dinheiro para remédios?...hmmm.... que passaram a ter condições para ir a consultas de especialidade?... Não, como qualquer informação é usada apenas para colar com a mensagem e narrativa que querem ver difundida, este dado estatístico (que deve ser fruto de um factor anormal qualquer...) foi usado sugerir o quanto. talvez em proporção à venda de antidepressivos, os nossos idosos têm sofrido com esta crise. Os tugas engolem tudo...
 
E que tal, como medida profiláctica, substituir a prescrição de antidepressivos pela proibição de ver telejornais?...
 
 
NOTA: Neste blog também há sentido de humor... e, a brincar, se dizem as verdades! 
 
 

19 fevereiro, 2013

O “wishful thinking” das redacções VS o País Real


Sou um fã de estatística. Agrada-me a ideia de, através de “uma parte”, ficar a conhecer “o todo”. Em estatística, isto significa, através de uma “amostra”, conhecer a “população”. No entanto, existe sempre um erro associado a esta extrapolação da “parte” para o “todo”. A amostra tem de ser representativa população, sob pena de as conclusões serem enviesadas...

Isto ocorre-me quando olho para o “espaço mediático”: os alinhamentos dos telejornais, os noticiários na rádio, os destaques e manchetes nos jornais, etc.. Até que ponto os seus conteúdos (a amostra) traduzem o pensamento e as sensibilidades representativas da sociedade portuguesa (a população)?
 
O tratamento mediático da contestação social
Obviamente, tem existido agitação social, mas será que a sua dimensão real concide com a noticiada? Por exemplo, as greves:




são frequentemente anunciadas como de grande adesão, planos mostram-nos, invariavelmente,  "mares de gente". No entanto, não deixa de ser curioso constatar as conclusões de estudos como este:


Segundo um estudo do Instituto de Ciências Sociais, mais de quatro quintos dos trabalhadores do País (82,4%) nunca aderiram a uma paralisação.”

É claro que um dado objectivo como este nunca fez perder mais do que 5 segundos no espaço de debate público… mas, olhando à realidade apurada pelo estudo do ICS, será que que não é mais avisado desconfiar do jornalismo de causas que, inflamado, habitualmente nos brinda com tiradas como esta:


Será que isto tem adesão à realidade ou é a tradução de um qualquer desejo?...

Outro exemplo. Os adeptos do turismo de manifestação (em digressão nacoinal nos autocarros fretados pela CGTP e, não raras vezes, pago com dinheiro dos contribuintes) que desembarcam, aqui e acolá, de acordo com o roteiro e agendas dos governantes, fazendo o seu número de agitação de cartazes, de bandeiras, de lançammento de uns insultos e o inevitável momento lírico “O Povo é quem maaaisss ordeee…eenaaaaa….”, serão um espelho da sociedade portuguesa e do "país real"?

Estes exemplos, que de há um ano para cá, ocupam a quase totalidade da agenda noticiosa, serão mesmo uma amostra fidedigna do “povo português”? Repare-se no alinhamento dos telejornais. Atente-se no tempo que as redacções atribuem – da esquerda à direita – às diversas facções e personalidades, e interroguem-se: será que faz sentido que as posições da extrema esquerda, que representam cerca de 5% dos eleitores, ocupem mais de metade das mensagem politica que passa na rádios, tv e jornais?

Quantas vezes, nos últimos 2-3 dias, ouviu o caro leitor o hino de Zeca Afonso!?
(a única virtude, diga-se, foi  ter ocupado o espaço dos videos youtube do "gangnam style"...)


As redacções vs o país real...


Concluindo:

O espaço mediático atual, será o espelho da sociedade portuguesa e traduzirá de forma isenta as diferentes correntes e sensibilidades existentes ?

Ou será que esse espaço, negligenciando a missão de informar de forma isenta e, não raras vezes, menosprezando até o pensamento e as convicções da maioria, empenha-se, suportado nas convicções de uma minoria alinhada com o “wishfull thinking” do jornalismo militante, num exercício diário de doutrinação da “população” com os seus próprios valores?


18 fevereiro, 2013

Nesta história há muito candidato a “tomar no cú”…



A ver se nos entendemos: a ideia de perseguir os contribuintes para confirmar se estes pediram a facturinha é ABERRANTE.

O Fisco não tem qualquer moral para o fazer, até porque, no que diz respeito ao combate à evasão e fuga fiscal, existem prioridades bem mas importantes. Por ex., a fuga de capitais para os "paraísos" offshore ou a corrupção dentro da sua própria estrutura (quantos inquéritos à prescrição de dívidas fiscais são realizados e quais os resultados?).  

Mas o tratamento mediático dado a este assunto também não deixa de ter as suas aberrações… Durante dias, quem lesse jornais ou assiste-se a reportagens na televisão, ficou (grosso modo) com a ideia que o actual Governo pretendia, através de uma nova Lei, instituir a obrigatoriedade de o cidadão pedir factura, sob pena de lhe serem aplicadas multas. Algumas dessas notícias:
 

Fisco já multa quem não pede fatura

 

Fisco já passou multas a consumidores por falta de factura


Andava eu, um liberal, angustiado com estes tiques de governação socialista até que, na passada 6ª feira, deparo com uma pequena notícia que dizia assim:

“O PCP anunciou a apresentação, na próxima semana, de uma iniciativa legislativa para eliminar a possibilidade de os consumidores serem multados por não pedirem factura.”

Ao ler isto pensei, “mas afinal a lei já existe?...Esta algazarra não se deve ao propósito de introduzir a possibilidade de multa na lei?”. A seguir, veio a resposta à minha duvida:

“A norma que introduz a aplicação de coimas a quem não peça faturas foi introduzida em 2001, durante um Governo socialista de António Guterres e os valores das coimas foram atualizados no Orçamento do Estado para 2012, assinalou o deputado do PCP.”

Ou seja, para aqueles (como eu) que achavam que esta polémica decorria do objectivo de introduzir esta “inovação” na lei, desenganem-se. A Lei já existia há mais de 10 anos. A indignação, pelos vistos, reside no facto de estes governantes a quererem fazer cumprir…

NOTA: O autor deste blog, para além do referido no início do post, concorda com a alteração de lei proposta pelo PCP neste domínio. Não pode é concordar com este jornalismo vergonhoso e manipulador de massas, porque não se indignaram quando os socialistas criaram a lei?!


14 fevereiro, 2013

A Esquerda deve ser inimputável…

Daqui (http://viriatosdaeconomia.blogspot.com.br), uma notícia que demonstra bem o critério deste jornalismo esquerdista. Tinha tudo para ser um “Escândalo!!!”, mas falta aquele ingrediente ideológico…
 

E é assim que se gasta o nosso dinheiro...

O blogue Má Despesa Pública publicou no dia 18 deste mês um artigo, que se referia ao aluguer promovido pela Câmara Municipal do Seixal (PCP) para transportar manifestantes para Lisboa, para as manifestações da CGTP-IN nos dias 31 de Outubro e também no dia 15 de Dezembro. Ver o mail da seguinte imagem.
Como se isto não fosse suficientemente vergonhoso e indecente, eis a resposta da Câmara... (Via Declínio e Queda)
«Em declarações à TVI24, a Câmara confirmou a situação e argumentou: “Este apoio não é uma despesa, mas sim um investimento, na medida em que o benefício gerado junto da comunidade municipal será muito superior ao seu valor monetário.” E acrescentou que se trata de “uma boa prática na parceria com as instituições do Concelho do Seixal, na prestação do serviço público e melhoria das condições de vida das populações”.»
...

Este caso de verdadeiro "Turismo de Manifestação" à custa dos contribuintes, NUNCA teve qualquer destaque nas agendas da comunicação  "mainstream", quanta tinta faria correr,  quantos telejornais fariam abertura com esta notícia, se o mesmo caso fosse protagonizado por algum político “da direita”?…   
 
Basta ter alguma memória para constatar esta veia esquerdista da comunicação social. Por exemplo, na categoria de "utilização imprópria de recursos públicos", e para comparar com o exemplo anterior, recorde-se esta "polémica" durante uma visita de M. Ferreira Leite à Madeira...
 

Ferreira Leite faz campanha em carro do Governo Regional

"Manuela Ferreira Leite deslocou-se, esta manhã, numa viatura Mercedes do Estado para um almoço, que diz ter sido a convite do Governo Regional da Madeira. Mas no programa do PSD o mesmo apresentava-se como um almoço partidário. Depois da contestação do PND a líder Social Democrata optou por um BMW pertencente ao partido para assistir à homenagem ao presidente da Junta de Tabua"

Uí, uí que a "velha" tinha andado no Mercedes do Governo Regional, uma afronta aos portugueses!... só neste País ...


12 fevereiro, 2013

Enquanto o Jornalismo dormia...


Hoje, 12 de Fevereiro de 2013, diversos órgãos de comunicação social, dão-nos notícia de uma intervenção da líder da juventude socialista que está a ter grande repercussão em Espanha. (“tornou-se viral”, como agora se diz…)

 
Eh pá! Esperem aí… “Na intervenção em Cascais”?! Naquele evento que ocorreu em Portugal há quase 2 semanas?!
 
 
 
 
 
Por onde andariam os jornalistas portugueses na altura daquele discurso polémico? Um evento com tão ampla cobertura e com redacções sempre ávidas de polémicas, como foi possível deixaram escapar este “furo”?! Se isto não é censura...
 
Que conveniente para Seguro e “sus muchachos ” socialistas, este Jornalismo militante!


11 fevereiro, 2013

Saber Comunicar: o Glamour da Esquerda…


Teve hoje algum destaque, a notícia relativa à redução da despesa com medicamentos. Aqueles que apenas se ficam pelos títulos, pelo soundbyte, podem ser levados a pensar que esta redução é uma consequência das “medidas de austeridade” e dos cortes no sector de saúde (apelidados, não raras vezes, de cegos). No entanto, e apesar de várias notícias e reportagens que, ciclicamente, passam essa mensagem, a realidade é um pouco diferente:

“no ano passado, os portugueses compraram mais 5,8 milhões de embalagens de fármacos, mas pouparam mais de 190 milhões de euros."
 
Enfim, numa altura em que tanto se fala sobre a dificuldade dos pensionistas em comprar medicamentos, constata-se que as actuais políticas na área da saúde permitiram uma quebra de cerca de 30% no seu custo, permitindo aos portugueses – nomeadamente aqueles com menores recursos - uma significativa redução das suas despesas nesta área.
 
Lembrar também, que este alívio do orçamento dos portugueses é feito à custa do lobby dos laboratórios, contra os interesses das multinacionais do tal “grande capital”. Nada mal para um governo que é “forte com os fracos e fraco com os fortes”…
 
Ainda na área da Saúde, veja-se esta capa do DN no passado dia 21 de Janeiro:
 

Sabe-se da quantidade de pessoas que se limita a assimilar a mensagem veiculada pelos cabeçalhos, às vezes bem distinta do corpo da notícia em si. Habituado ao jornalismo esquerdista que temos que, em resumo, atribui aos actuais governantes uma “obsessão” na redução de custos à custa dos cidadãos / utentes, aquele título “Ministério manda fazer hemodiálise e casa para reduzir custos”, despertou-me interesse…

Após uma breve pesquisa sobre o tema, facilmente se conclui que esta medida é muito mais que uma mera "redução de custos" e que também os doentes serão beneficiados com as alterações em curso. Aqui, entre outras informações, fica-se a saber que uma parte significativa dos doentes pode – desde que sejam providenciadas essas condições – fazer os tratamentos na sua casa. Para além disso e no mesmo artigo, é a própria comunidade médica que afirma “… pode haver vantagens em haver mais doentes a fazer este tratamento em casa”. 

Enfim, como já se deu conta aqui no blog, estes títulos - sistematicamente depreciativos destes governantes - só podem resultar da célebre inabilidade e incompetência dos políticos “da direita” para comunicar. O jornalismo luso, de uma isenção "à prova de bala", nunca promoveria estas deturpações...
Fosse esta decisão de um governo de esquerda e, em vez da mensagem assente na redução de custos, provavelmente, poderíamos ler manchetes como:


“Nova medida permite que doentes façam tratamentos em casa, poupando-os a centenas de quilómetros em deslocações”

Ou

“Novo tratamento “ Doentes satisfeitos com maior qualidade de vida”

 

08 fevereiro, 2013

Notícias que tinham tudo para "dar certo"


Há 2 dias atrás, o Jornalismo militante e esquerdistas em geral, apontavam o dedo (oh! incoerência!) ao Governo apropósito do TGV:

"Afinal também avançam com o TGV!!" 


Via (os excelentes) Impertinências e Blasfémias, uma óptima descrição do episódio que, embora seja mais uma demonstração da facciosa comunicação social que temos, com certeza ficará para a posteridade como mais um caso de má comunicação destes péssimos "políticos de direita".
 

"ARTIGO DEFUNTO: O TGV que era um comboio recoveiro

Um exemplo recente do paradigma do jornalismo de causas (ou talvez meramente incompetente) é o caso do financiamento do TGV que afinal era apenas «a construção de uma linha de caminho-de-ferro (Sines-Caia e não Lisboa-Madrid) em bitola europeia, ou seja, com a mesma largura das linhas da maioria dos países da Europa», a custar uma fracção do TGV e ter um a retorno múltiplo para a exportação de mercadorias.

A bolha de histeria que se desenvolveu, aqui sintetizada no Blasfémias, mostra bem o misto de alucinação, incompetência e manipulação que satura o mundo político-mediático deste país.

Para uma retrospectiva da novela do TGV prima a etiqueta «TGV» e leia em particular este texto de Mira Amaral sobre o TGV do Álvaro que é afinal a linha ibérica para mercadorias. E, já agora, recorde-se que quando falamos de TGV falamos de 15 mil milhões de euros e quando falamos de linha ibérica para mercadorias falamos de mil milhões (são 700 milhões mas já estou a incluir uma derrapagem de 50%), isto é 15-vezes-15 menos.

Não sei o que mais admirar, se a incompetência e/ou falta de escrúpulos do jornalismo de causas e dos cabeças-falantes dos partidos, se a ignorância e preconceito do povo ressabiado, sempre pronto a engolir qualquer patranha que confirme as crenças injectadas nas suas meninges pelos mídia enviesados."
 
 

07 fevereiro, 2013

Jornalismo com moderação



Vivemos tempos em que se encontra maior ponderação e capacidade de análise, num jornal satírico, que na dita "imprensa séria"...

Ulrich: “Se os sportinguistas aguentam porque é que nós não aguentamos?”


 
 
O presidente do BPI voltou esta sexta-feira a reafirmar que os portugueses aguentam mais esforço e deu mais um exemplo: «Se os sportinguistas aguentam porque é nós não aguentamos?»

«Se um sportinguista aguenta tudo o que se está a passar no clube, por que raio é que eu ou a senhora não aguentamos?», interrogava-se Ulrich em conversa com uma jornalista.


(Excelente este Imprensa Falsa...)

06 fevereiro, 2013

Uma arma de arremesso político chamada BPN


Ponto de honra: a escumalha do BPN tem que ir para a cadeia (seja rosa, laranja, verde ou amarelo às bolinhas). Agora, devem ser apuradas as responsabilidades de quem EFECTIVAMENTE as tem! 
 
A forma como a nomeação do novo secretário de estado foi tratada, é exemplar da campanhas de assasssíno de carácter que este jornalismo miltante tanto gosta de promover. A aposta na  desinformação e no atirar de lama em todas as direcções, porque desvia as atenções e gera no população em geral aquele sentimento tuga "eles são todos iguais e estão todos feitos uns com os outros", só beneficia os verdadeiros culpados.
 
Já era conhecido que este Sr. Franquelim, entrou para o banco menos de 1 ano antes de o escândalo rebentar e desempenhou funções durante cerca de 8 meses. Nesta última semana, niguém lhe apontou a autoria de nenhum crime, mas a sua reputação foi completamente chacinada. E agora, eis que vem a público isto...
 
 
 
Será interessante verificar como reagirão as estas novidades os justiceiros do BE e os seus aliados nas redacções... ainda se deconhece toda a informação deste assunto, mas uma das conclusões a retirar deste processo pode ser esta: talvez se tenha linchado na praça pública uma das (poucas) pessoas que denunciou o caso antes de o mesmo rebentar.  
 
Entretanto, notar como este jornalismo - que de facto tem um critério discriminatório - está permanentemente disponivel para fazer fretes à Esquerda. Neste post, podemos confirmar que  esta circunstância de passar pela instituição BPN só "consporca" os cidadãos de direita...
 
Aqui podemos constatar o seguinte: por exemplo, um cidadão que até chefiava a administração de que Franquelim era vogal, por  se tratar de uma  pessoa de esquerda, por sinal um dos principais apoiantes da candidatura do socialista Manuel Alegre à Presidência da República em 2010/2011, já é poupado ao processo a que o Sr. Franquelim foi sujeito!
 
Sr.s jornalistas, parem um pouco com esse fervor revolucionário e de levarem ao colo estas campanhas esquerdistas, já não há pachorra para esta canalhice de terem os vossos "filhos e enteados"! Conhecendo estes factos, como é possível isto:
 
 
A comunicação social portuguesa, infelizmente, é parte do problema quando deveria ser parte da solução. Como contribuinte, quero saber: quais os crimes e quem foram os seus autores, quem foram os cúmplices, porque nacionalizaram a burla? Por exemplo, o Vale e Azevedo cometeu várias, mas o que distingue essas burlas das de Dias Loureiro, Oliveira e Costa (estes têm garantidamente culpas no cartório) é alguém ter decidido cobrir - com dinheiro dos contribuintes - as perdas provocadas pelos crimes destes últimos, porquê?! Investiguem bem os offshore por onde esse dinheiro andou e onde pára neste momento.   
 
E, passem a tratar este assunto do BPN de forma diversa da que tem vindo a ser desde 2008. Este caso, não se resume a um grupo de mafiosos de uma determinada cor política. Não há partidos inocentes nesta estória...

05 fevereiro, 2013

É exactamente isto...

 
Um dia, gostava de ter o conhecimento e o talento para escrever isto...
 

Jornalismo português: a matriz esquerdista da tribo

Em 16 de Maio 1975 o O Jornal publicou esta página onde dava conta do panorama jornalístico português na época e da dança de cadeiras nas redacções. Lendo os nomes verificamos que durante décadas fomos dominados mediaticamente por uma imprensa e um jornalismo de esquerda, essencialmente. Foram estes jornalistas quem teceu a arquitectura intelectual do discurso narrativo e histórico que serviu de base para o edifício educacional português dos livros escolares oficiais e não só. Qualquer programa televisivo que verse sobre acontecimentos históricos dos nossos últimos quarenta anos tem que levar o "imprimatur" intelectual destas pessoas que legaram a outros a mensagem politicamente correcta.

É assim que se deseduca um povo e é assim que se atropela a História e a realidade. Se somos o que somos, devemo-lo em grande parte a esta gente que pensava e continua a pensar com bordões de esquerda e a actuar em conformidade.

Nenhum país da Europa passou por esta experiência e por isso não somos verdadeiramente europeus, intelectualmente. Ainda " Somos um povo que cerra fileiras, parte à conquista do pão e da paz." , como cantava a canção da gaivota da esquerdista Ermelinda Duarte em 1974. Como ela..."Somos livres, somos livres, não voltaremos atrás."

Foi esta mentalidade que herdamos ( quem herdou, ou seja a maioria da população que vota e por isso continua a dar maiorias a PS e assim) desta gente que nos conduziu por três vezes à bancarrota.
 
...
recomenda-se vivamente a leitura na íntegra, aqui (portadaloja)




03 fevereiro, 2013

Daria um excelente "Escândalo!", se fosse para malhar na Direita...


A Comunicação Social portuguesa, tem dado grande destaque ao escândalo de financiamento ilegal do PP espanhol (e o possível envolvimento de Rajoy).
Não, não vou dizer que este interesse, e referências ao assunto, só acontece porque se trata de um partido ligado à direita. Em questões de justiça, de matéria criminal, etc. - ninguém está acima da Lei - e a investigação, e denúncia destes casos, deve ser um dos principais objectivos que o Jornalismo deve persegur.

Dito isto, não posso deixar de constatar que o Jornalismo luso parece demonstrar um interesse muito maior pelo caso que decorre no país vizinho, do que em relação a outro bastante similar (também relacionado com pagamentos olegais oriundos de construtores civis) mas que se passa em Portugal, envolvendo o partido socialista, e que o “i” divulgou há uns dias atrás…
 

Reparem-se nas semelhanças…

“50 mil euros para o PS.  Entre Dezembro de 1999 e Abril de 2002, terão sido transferidos mais de 50 mil euros para o PS. Guilherme Marques Guimarães, coordenador da secção socialista da Damaia, foi o único a confirmar que aqueles empreiteiros tinham pago despesas do jantar comemorativo do 25 de Abril, em 2002, no valor de 2500 euros.

Foram ainda encontrados outros registos que descrevem “entregas de dinheiro e de bens de consumo a titulares de cargos políticos e funcionários da Câmara Municipal da Amadora”, entre os quais Joaquim Raposo e Clemente da Silva, arquitecto que então dirigia o Departamento de Administração Urbanística da autarquia. O director do Urbanismo teria recebido 12 500 euros em dinheiro em Julho e Dezembro 2013. Já Joaquim Raposo, teria recebido 1250 euros, divididos em três tranches, entre Dezembro de 2000 e Julho de 2001. “Pese embora tais registos”, e embora nenhum dos dois tenha querido prestar declarações sobre essas quantias em sede de inquérito, o DCIAP concluiu não haver “elementos que indiciem terem sido tais quantias efectivamente recebidas” por Raposo ou por Clemente da Silva.”
 

Constatem-se as diferenças: o que separa os dos casos?

Bem, relativamente ao caso espanhol, decorre a investigação. No caso português e apesar de todos os indícios referidos na peça do “i”, o caso foi arquivado… (aconselha-se a leitura na íntegra da peça do "i". Este arquivamento, só por si, deveria obrigar qualquer jornalista decente a levar este caso e investigação até ao fim)

Relativamente ao tratamento mediático, também se constatam diferenças: enquanto o caso espanhol está a ter grande destaque na agenda mediática nacional (nomeadamente, nos noticiários televisivos), o caso do financiamento ilegal do PS, à excepção da publicação no “i”, foi completamente ignorado.
Depreende-se assim, que este caso relacionado com o partido socialista, o qual nunca vi referido num telejornal ou nos noticiários de maior audiência, será de menor relevância para os cidadãos portugueses que o caso do PP espanhol… não existia, conclui-se, matéria suficiente para uma polémica, são critérios!

Enfim, tanto destaque dado a casos de financiamento ilegal no estrangeiro, quando temos casos tão bons cá dentro, e logo ali ao lado das redacções da capital... Caso para fazer um apelo aos Sr. jornalistas “o que é nacional também é bom”!...
 

01 fevereiro, 2013

Momentos que definem a República Socialista Portuguesa…


 

Esta gente não se enxerga mesmo… Qual é a “coerência e honestidade” desta posição, quando a extrema-esquerda toma posições de solidariedade com ditaduras como Cuba ou a Coreia do Norte?! 

E não há nenhum jornalista (mesmo sendo de esquerda) que tenha a lucidez suficiente para perguntar a estes Srs., se não será contraditório tomar esta posição em relação ao voto de pesar pelo falecimento do major-general Jaime Neves - alguém que contribuiu para sedimentar a democracia (talvez até evitar uma guerra civil) – e, simultaneamente, virem lamentar, por exemplo, o falecimento do líder de um dos mais abjectos regimes do mundo ou criticarem a atribuição do Nobel da Paz a dissidentes do regime chinês?

Ter gente com esta “coerência e honestidade” no Parlamento é, isso sim, um (triste) sinal do povo com pouca cultura democrática que ainda somos… para muitos, a política, ainda está no patamar das guerras tribais.

 
 

Não se aguenta o Jornalismo de Intriga...


Jonet, Ulrich e Soares dos Santos: cada um deles e em áreas distintas são, reconhecidamente, exemplos de cidadãos competentes e bem-sucedidos.

Se assim é, coloque-se a seguinte questão: os portugueses, que bem se podem queixar da fraca qualidade de inúmeros indivíduos que, de forma mais directa ou indirecta, contribuíram para levar o País a este estado miserável, têm alguma razão objectiva para se sentirem prejudicados por estas três personalidades? Por que razão geram estas figuras tantos anticorpos no espaço mediático?

Porque será que no “universo tuga”, onde pontificam tantos pulhas - da esquerda à direita, entre políticos, empresários, etc., - com tantos exemplos de comportamentos objectivamente reprováveis numa sociedade que se quer decente, porque terão as redacções e uma parte significativa dos jornalistas, especial predilecção por este trio na foto?

O caso mais recente…
A “polémica Ulrich”, começou em Outubro do ano passado. Numa conferência de imprensa, perguntado sobre a possibilidade de mais medidas de austeridade e sobre os efeitos no país, afirmou o célebre “Ai aguenta, aguenta!”. Mas esta afirmação não pode ser dissociada do cenário alternativo que foi abordado nessas mesmas declarações – um falhanço do programa e uma eventual saída do euro.

Vejamos, se o programa português descambasse para o caso grego e culminasse numa saída do euro, qualquer pessoa de bom senso reconhece que os sacrifícios – que no actual cenário já são imensos – dariam lugar a uma situação muito mais grave e, necessariamente, a sacrifícios muito mais duros. Neste contexto, ou seja, não havendo outro remédio - há razão para que a expressão “Ai aguenta, aguenta!” tivesse gerado tanta polémica?!

Ontem, durante a apresentação dos (bons) resultados do BPI e do anúncio que o banco irá, mas cedo que o previsto, reembolsar o Estado da ajuda financeira (ajuda, refira-se, que este jornalismo militante gosta muito de misturar com o caso BPN…), um sr. jornalista preferiu passar ao lado do que era notícia portanto e repescar a polémica… o resto já se sabe, “Ulrich, sem papas na língua, e talvez irritado por uma pergunta de um jornalista…”

Mas, o que não se aguenta é este Jornalismo de Intriga que, como aqui no blog se vai demonstrando, está sempre disponível para boicotar tudo o que não seja de esquerda...