Anda tudo assarampantado, ainda, com a vitória do Trump. Vai daí, as cabeças bem pensantes da praça aliviam o seu desapontamento com o conceito trendy da "pós-verdade".
Neste momento convém dizer que não sou defensor de Trump, tenho-o por algo nefasto que trará consequências...(razão tinha Passos, o Diabo sempre apareceu!) mas irrita-me a diabolização "deste" Trump, por contraste à passividade - reverência, até - dos media a tantos outros que andam por aí! Desde que pertençam à área ideológica correta...
Mas voltemos à "pós-verdade". Para algumas mentes dormirem mais descansadas, explicam a vitória de belzebu pelo uso de recorrente de mentiras. Mentiras que, função de complexas questões relacionadas com o mundo mediático, as redes sociais, etc.., não foram, como deviam, desmontadas perante o "comum mortal" que assim, coitado, ficou à mercê da retórica, demagogia e populismo do candidato ocasional.
Isto é malta preocupada com as grandes questões! A verdade, a mentira, o papel dos media na salvaguarda da ética e (não vamos ter medo de o dizer) da moral.
Em paralelo com estas angústias, o que vi esta semana?...
Continua a novela mexicana em torno das declarações da Administração da CGD. É público e não desmentido, que a não entrega das declarações de património pelos srs administradores foi objeto de acordo prévio (verbal, email... ) da parte de Centeno e Costa. Nunca vi confrontarem diretamente Costa com esta questão. Sobre o assunto vi-o numa peça de telejornal dizer que ele "entrega as suas" (Pilatos, não faria melhor).
Qual o valor de um acordo, qual o valor da verdade, neste caso? Se eu ofereço uma determinada condição a alguém e depois verifico que ela não se pode concretizar, o procedimento correto não seria, sem rodeios, assumi-lo?
Neste momento convém dizer que não sou defensor de Trump, tenho-o por algo nefasto que trará consequências...(razão tinha Passos, o Diabo sempre apareceu!) mas irrita-me a diabolização "deste" Trump, por contraste à passividade - reverência, até - dos media a tantos outros que andam por aí! Desde que pertençam à área ideológica correta...
Mas voltemos à "pós-verdade". Para algumas mentes dormirem mais descansadas, explicam a vitória de belzebu pelo uso de recorrente de mentiras. Mentiras que, função de complexas questões relacionadas com o mundo mediático, as redes sociais, etc.., não foram, como deviam, desmontadas perante o "comum mortal" que assim, coitado, ficou à mercê da retórica, demagogia e populismo do candidato ocasional.
Isto é malta preocupada com as grandes questões! A verdade, a mentira, o papel dos media na salvaguarda da ética e (não vamos ter medo de o dizer) da moral.
Em paralelo com estas angústias, o que vi esta semana?...
Continua a novela mexicana em torno das declarações da Administração da CGD. É público e não desmentido, que a não entrega das declarações de património pelos srs administradores foi objeto de acordo prévio (verbal, email... ) da parte de Centeno e Costa. Nunca vi confrontarem diretamente Costa com esta questão. Sobre o assunto vi-o numa peça de telejornal dizer que ele "entrega as suas" (Pilatos, não faria melhor).
Qual o valor de um acordo, qual o valor da verdade, neste caso? Se eu ofereço uma determinada condição a alguém e depois verifico que ela não se pode concretizar, o procedimento correto não seria, sem rodeios, assumi-lo?
Há 2 dias atrás, a propósito da solução encontrada para a Carris, numa daquelas cerimónias para abrir telejornais e propangandear soundbytes ao melhor estilo socialista, o mesmo Costa afirmava pomposamente "O bom senso prevaleceu sobre o fanatismo ideológico.", referindo-se, obviamente, ao governo anterior que tinha concessionado (não privatizado) aqueles serviços de transporte.
Deduz-se portanto que a Europa, o Mundo, está cheio de "fanáticos ideológicos", tal é número de cidades onde a gestão destes serviços é privada. Aliás, esta afirmação pode ser o paradigma da "pós-verdade", basta pensar nos diversos planos de governos socialistas - Costa entrou em quase todos, sendo assim co-responsável - para concessionar ou privatizar as empresas públicas de transportes.
E, claro, assim que surjam boas notícias na TAP, lá veremos Costa a congratular-se pela solução da privatização!
Pergunto, Trump faria melhor? Faz sentido, acusar uns de uso indiscriminado de mentira, de demagogia, e elogiar uma suposta "habilidade política" a outros que fazem uso de métodos semelhantes ou próximos?
Por último, ontem vi diversos órgãos de comunicação social destacarem "Governo antecipa reembolso ao FMI".
Por último, ontem vi diversos órgãos de comunicação social destacarem "Governo antecipa reembolso ao FMI".
O que é verdade, o que é mentira? Vejamos esta notícia do início de 2016:
"Ao contrário do que estava programado, o Tesouro só vai reembolsar 3,3 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2016. Este valor representa uma forte redução face ao reembolso antecipado previsto de 10 mil milhões previsto, sendo que o calendário de pagamentos para os próximos anos foi também revisto,"
Pois é, o que na agenda mediática foi apresentado como uma notícia que invocava boa saúde financeira do País e poupança para o bolso do contribuinte, é exatamente o oposto! Este governo reviu - adiando, não antecipando - os reembolsos deste empréstimo.
Se a "verdade" fosse para aqui chamada, ontem, jornalistas e comentadores, estariam a falar sobre as centenas de milhões de euros que teremos, enquanto contribuintes, de pagar a mais via impostos até 2019. Ou das áreas onde se perspectivam cortes de despesa para compensar a derrapagem... nas pensões, nos apoios sociais?
Verdade, "pós-verdade", deixemo-nos de merdas. A nossa comunicação social é incapaz de se olhar ao espelho e perceber que é uma fraude.
P.S.: Oxford Dictionaries, define assim “pós-verdade”: um adjetivo “que se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais”.