Lança-se uma notícia como se de um facto consumado se tratasse…
Dois dias depois constata-se que, afinal, não era bem assim... mas a notícia nem chega à capa do mesmo jornal que antes optou por "lançar a bomba". Temo de recorrer a outras fontes...
"...Para nós [governo], é fundamental que a proteção dos trabalhadores durante esse período da caducidade e da sobrevivência dos contratos coletivos continue a existir..."
Se vivêssemos num país maduro e responsável, assim que os factos viessem desmentir as “notícias” avançadas pelo jornalismo de intriga, seria de esperar que os órgãos de comunicação social se retratassem… “lembram-se da nossa notícia de há 2 dias atrás? Esqueçam, afinal não era bem assim…”; “…enganámo-nos.”; “… era uma aldrabice.“.
No entanto - e como por aqui repetidamente se denuncia -, sendo o jornalismo português a “verdadeira oposição”, essa não é uma opção e o jornalismo militante dificilmente abdicará de continuar a “cavar” este tipo de “notícias”.
É uma técnica de "guerrilha ideológica" demasiado útil… É muito fácil fazer capas e manchetes com base nuns boatos ouvidos (inventados?...) na redação: “O Governo está a estudar cortes adicionais”; “O governo pondera atualizar as taxas moderadoras…” (ou “O governo pondera sacrifícios humanos!”, porque não?...). Rapidamente, na agenda mediática, essas “notícias” são difundidas e pelo menos até ao desmentido (sejam umas horas apenas ou 2 / 3 dias), está garantida uma boa dose de intoxicação da opinião pública.
Quando se constata que, afinal, as medidas a tomar são diferentes daquelas que a comunicação social tão diligentemente deu conhecimento aos cidadãos, arruma-se o assunto com um simples “O Governo recuou…”. (e umas horas ou uns dias depois, outra qualquer sacanice do “governo de direita” aparece...)
E esta técnica é usada nos mais variados temas (cortes nas pensões, na educação, na saúde, etc…). Aliás, basta consultar ir ao Google e pesquisar “governo recuo” para perceber que o governo passa a vida a recuar nos mais variados assuntos…
Caro leitor, não há razão para alarme! Tem razão para desconfiar do político, do vizinho, do familiar, quanto às notícias que a comunicação social anuncia diariamente, essas, são sempre rigorosas e verdadeiras!
Não pense pela sua cabeça,
deixe que os jornalistas o façam por si!