27 setembro, 2013

"Portugal que vive à mesa do Orçamento de Estado" Vs “Portugal Silencioso”



Esta notícia, apesar de passar praticamente despercebida na agenda mediática, encerra em si, aquele que é o maior problema e o principal desafio que se coloca a Portugal: a reforma do regime Centralista.

Não se trata apenas da burocracia e do labirinto jurídico (erigido ao longo de anos), que progressivamente (quando, obviamente, deveria ser o inverso), foi transformando os cidadãos em servidores das entidades públicas.
 
Não se trata apenas dos custos e da ineficiência gerada por centenas (milhares?) de anónimos organismos - quantos, bem instalados em obscuros gabinetes na capital... -, que, sem qualquer conhecimento do "terreno", vão ditando decisões que condicionam o dia-a-dia de milhões de cidadãos, suportados na "infalível ciência" dos seus papeis.
 
Para além desse pântano que é a (mega)estrutura do Estado, temos ainda de sustentar as clientelas, os "amigos" de ocasião, verdadeiros parasitas que se foram instalando à sombra do Estado Central… 
 


“A Parque Escolar já gastou 5,2 milhões de euros este ano, 780 mil dos quais só em patrocínio judiciário de quatro sociedades de advogados.

O patrocínio judiciário foi a terceira rubrica que mais encargos representou no período em análise. Os quatro ajustes directos de 195 mil euros cada um foram repartidos pelas sociedades de advogados Rui Pena, Arnaut & Associados; Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados; Morais Leitão, Galvão Telles, Soares da Silva & Associados; e Nobre Guedes, Mota Soares & Associados.”



A propósito, recordar este post de Maio de 2013:

“…Por um lado, o modelo de sociedade representado por um grupo bem instalado em “Lesboa”, conquistado na sombra da monstruosa estrutura do Estado e dos milhares e milhares de empregos sustentados pela burocracia. À custa desta estrutura - sustentada com os impostos de TODOS os portugueses -, cresceu uma economia "pseudo- privada": um sector de serviços ancorado nos gabinetes de "grandes" advogados & seus pareceres, nos escritórios da banca e das consultoras internacionais, das administrações das empresas públicas e das ex-públicas (edp, pt, galp...) que, mesmo anos depois da sua privatização, contaram com as benesses e os monopólios que a proximidade com o poder lhes garantiu (e garante).
O "outro" modelo é representado, nas palavras de Daniel Deusdado, pelas "dezenas de milhares de trabalhadores e algumas centenas de empresários e diretores comerciais de mala na mão por este mundo fora" que, apesar de um Estado ladrão, que ao longo dos anos foi retirando, saqueando, pela via fiscal (impostos) ou pela sua incompetente gestão (mercado da electricidade, combustíveis, scuts...), uma fatia cada vez maior do fruto do seu trabalho enquanto criou obstáculos adicionais à sua competitividade, para sustentar a estrutura desmesurado e voraz do Estado..."