13 agosto, 2013

Nós e os Nórdicos


 
Lendo parte dos comentários nas redes sociais, é fácil de entender porque seria impossível replicar cá o episódio do “1º Ministro taxista”, passado na Noruega - são níveis de civilização distintos. E isto tanto se aplica ao “povo” como às "elites" (se bem que as “elites”, por terem maiores responsabilidades, têm menos desculpa…).

Outro aspecto interessante (e que já tinha sido objecto de análise aqui no blog), é esta obsessão de comparar a sociedade Portuguesa com os povos nórdicos - Dinamarca, Suécia, Noruega, etc.. Invariavelmente, estas reportagens recorrentes na comunicação social, terminam com uma conclusão que, de alguma forma, insunua o seguinte: o povo português é uma vítima por não ter políticos "ao nível" dos povos nórdicos.

Será que isto faz sentido?... Sinceramente, considerando alguns aspectos da sociedade portuguesa como os níveis de violência doméstica ainda tão visíveis, o comportamento das pessoas em locais públicos (por ex., os casos de discussões e agressões em serviços públicos), o comportamento de crianças e adolescentes, nas escolas e o desrespeito pelos professores, a forma como os portugueses se comportam (conduzem) na estrada ou, até, este "fenómeno" da combustão espontânea das nossas florestas - não faria mais sentido, em termos de expectativas e fasquia de exigência, que, para além dos nórdicos, nos comparássemos também com o que se passa em Marrocos ou na Argélia?!

Atendendo à "matéria prima", será que, poderíamos ter líderes melhores? Ou, “Os políticos que temos, é o que merecemos?