03 agosto, 2013

Implantar uma ideia: mascarar o défice com truques financeiros (swaps & outros)



 
Que mensagem, que ideia se pretende implantar junto dos cidadãos que lêem estes títulos de notícias? Que os socialistas não mascaram contas, que seriam incapazes de o fazer? Que esse tipo de prática está apenas associado aos actuais responsáveis pelas finanças, ou seja, aos partidos “da direita”?

Que país miserável e hipócrita, cuja opinião pública é conduzida por gente sem o mínimo interesse de informar os cidadãos - apenas doutriná-los - sempre na lógica “esquerda boazinha Vs direita maléfica”.

Sejam sérios! Se, em 2011, pedimos um resgate foi precisamente porque Sócrates foi o maior maquilhador de contas da história da política portuguesa! De outra forma como seria possível, ao mesmo tempo que afirmava “Está para nascer um primeiro-ministro que tenha feito melhor no défice” , Portugal, em apenas 6 anos, ter mais que duplicado a sua dívida! Srs. jornalistas e comentadores, parem, perante os portugueses, de encobrir a desastrosa e criminosa, governação socialista durante o consulado “socretino”.

Recordem-se as “imagens de marca” dos governos de Sócrates:

 

PPP rodoviárias:


Sabiam que estas obras foram lançadas com um período de carência de 5 anos? Ou seja, o empreiteiro com dinheiro emprestado pela banca (bem remunerado claro...), faz a obra e só 5 anos depois o Estado começa a pagá-la... Isto é, injecta-se dinheiro na economia, criam-se um postos de trabalho e cobram-se uns impostos, faz-se uma festarola a inaugurar a obra à hora de abertura dos telejornais...

Cinco anos depois (agora) ficam auto-estradas onde não passa ninguém e é altura de pagar a dívida acumulada! 

Isto não é mascarar as contas?!


Desorçamentação generalizada (obras públicas, saúde, educação, etc…):

Talvez o caso mais evidente desta desorçamentação seja a empresa Estradas de Portugal. Até ao consulado Sócrates, a despesa relacionada com manutenção e construção de estradas estava no perímetro orçamental. Com a alteração do estatuto da Estradas de Portugal (EP), todos esses encargos, deixaram de ser contabilizados no Orçamento de Estado e passaram as contas daquela empresa.
Todos os anos, milhares de milhões de €, "desapareceram" do défice mas foram-se acumulando na dívida E. P. – alguém, mais tarde, haveria de pagar. Aqui, podem constatar a dimensão deste truque contabilístico: enquanto, no final de 2007 a dívida da EP era de 1.000 milhões de €, 18 meses depois (em 2009, portanto) essa dívida já ultrapassava os 15.000 milhões! Mas, claro, a comunicação social em nada disso via razão para alertar os cidadãos e, nesse mesmo ano, Sócrates – por pouco – não voltou a ter maioria absoluta… 

Para aferir a dimensão da despesa que foi sonegada à contabilidade do défice, podemos ainda consultar aqui (artigo do Jornal de Negócios), como entre 2008 e 2011, a desorçamentação terá atingido valores entre os 6% e os 9% do PIB! (em média, 8.000 a 9.000 milhões € / ano).

Isto não é mascarar as contas?!


Concessão de barragens hidroeléctricas à EDP:
 
No mesmo ano em que Sócrates se afirmava o campeão do défice, para além da desorçamentação que era uma prática comum desde o início do seu mandato, encaixou, só em 2007 cerca de 750 milhões de € pela concessão à EDP das novas barragens no Douro. Os portugueses, basta olhar para a sua factura, facilmente percebem quem está agora a pagar esses negócios...
 
Note-se, que falamos das barragens que, mais tarde (2011, 1021) se dizia colocarem em causa o estatuto “Douro Património Mundial”. Imaginam o cenário que resultaria do cancelamento dessas obras, como iria o Estado devolver esse dinheiro à EDP e indemnizar as partes envolvidas (empreiteiros, projectistas, municípios, trabalhadores…)?

Isto não é mascarar as contas?!


A empresa pública Parque Escolar:

Aqui assiste-se a uma prática similar às PPP Rodoviárias, difere apenas na circunstância de o concessionário das PPP rodoviárias serem entidades privadas e, neste caso, o concessionário (a quem as rendas são pagas) ser uma entidade pública. 
Um aspecto abordado na comunicação social, foi a chama “festa do Parque Escolar”. Mais uma vez, com recurso a fundos comunitários – mas com uma significativa componente de dívida à banca – foram efectuadas obras faraónicas em escolas pelo País fora (candeeiros Siza Vieira, pedras e mármores de países exóticos, sistemas de ar condicionado apenas usados em hóteis 5*, etc.). No entanto, um aspecto que não foi muito falado, e que explica como essa divida à banca será paga nas próximas décadas, é a circunstância de todas as escolas intervencionadas ao abrigo deste programa, passarem a ter de pagar avultadas rendas à empresa Parque Escolar. Esta, por sua vez e durante os próximos 20 – 30 anos, canalizará para a banca essas verbas de modo a reembolsar dívida assumida…

“Cada escola remodelada paga, em média, uma renda de 320 mil euros por semestre à Parque Escolar. Valores podem chegar aos 113 milhões por ano, quando estiverem prontas 178 escolas.”

Isto não é mascarar as contas?!


A empresa pública Estamo:

(esta é das minhas favoritas) Esta empresa pública foi criada para gerar receitas extraordinárias através da gestão do patrmónio imóvel do Estado, operava da seguinte forma: O Estado dispoe de um imenso parque de imóveis onde funcionam todos os organismos da sua (mostruosa) estrutura. A Estamo é uma empresa pública criada para adquirir imóveis ao próprio Estado (confuso?), passando os organismos e serviços do Estado que funcionavam nesses edifícios a ser inquilinos da Estamo.
 
Quem beneficiava com isto? A banca que, para além da assessoria e comissões das operações, emprestava dinheiro à Estamo para as operações de compra dos imóveis, por outro lado. o défice desse ano, com esta receita, lá baixava mais um pouco.
 
O problema, é que a partir daí, estes organismos - que não tinham despesas por ocuparem esses edifícios -, passam a ter rendas a pagar à Estamo (que, na verdade, é um mero intermediário da banca).

Isto não é mascarar as contas?!


E o que têm comum todas estas manigâncias contabilísticas? Todas elas, através de divida contraída à banca, contaram com a cumplicidade do sector financeiro e este, claro, entre comissões, pareceres e assessorias, elevadas taxas de juro, etc.., graças a quem desgraçadamente nos governou nesse período, encontrou à sombra do Estado – à custa dos contribuintes portugueses – a “galinha dos ovos de ouro”.    


Pelo exposto, tendo em conta o que foi esta gestão socialista, como classificar o comportamento de “virgens ofendidas”, no que diz respeito a esta questão de “alguém do sector financeiro vir propor a Sócrates instrumentos para maquilhar as contas do Estado”?!

Estas campanhas na comunicação social, um verdadeiro insulto à inteligência dos cidadãos portugueses, servem a quem?

Eu não sou jornalista, mas, nas afirmações e pontos de vista acima expostos, preocupo-me em citar fontes onde a informação base pode ser consultada. As nossas redacções, o que fazem?! Limitam-se a reproduzir afirmações de socialistas como os Galambas, os Zorrinhos (e outros, discípulos de Sócrates),  como se de factos consumados se tratassem, e usam-nas em manchetes e na abertura de telejornais! Se isto não é manipulação da opinião pública...

Caro leitor, desculpe pela franqueza, mas o que se passa neste País – nomeadamente, este jornalismo esquerdista – é nojento! 


 NOTA: Quando se usa o termo “gestão socialista”, refere-se essencialmente o consulado socretino. Acredito que também há pessoas honestas no PS, a questão é que a actual estrutura dos socialistas está refém de gente que enterrou o País! E como Portugal precisa que a “gente boa” do PS resgate o partido…