19 março, 2013

Daria um excelente "Escândalo!", se fosse para malhar na Direita....


Como é hábito neste cantinho socialista, as declarações e entrevista que a seguir se transcrevem, não suscitaram qualquer interesse por parte dos "predadores de polémicas" do costume. A matéria é explosiva mas, agora e como invariavelmente sucede, envolvendo malta inimputável de esquerda, o assunto passa ao lado das manchetes de jornais e dos alinhamentos de noticiários na rádio e televisão.

A entrevista, dada por Octávio Ribeiro na última edição do jornal SOL,  pode ser lida aqui e traz novos elementos sobre as  relações de Sócrates com o mundo da comunicação social

«[Octávio Ribeiro] Quando começo a ter acesso a algumas das escutas do Face Oculta apercebo-me que não era só a TVI que ia ser comprada. O CM também. Houve uma fase negra em Portugal em que, com o apoio da banca, se ponderou fazer grandes negócios na comunicação social que não visavam o objecto de negócio, mas sim mudar direcções e silenciar.

O que pensa de Sócrates?

Entre 90 e 91, ao fim-de-semana tinha RTP e durante a semana Semanário e RR. Nesta altura, António Guterres apresenta-me uma jovem promessa. E, de facto, ele tinha um estar que contrastava: não usava gravata, dizia palavrões, era pouco mais velho do que eu e trabalhava imenso. Já como líder do PS faço-lhe a entrevista que antecede a queda de Santana Lopes, com o título: 'O PS está pronto para governar'. Logo a seguir dá-se a decisão de Sampaio. Numa primeira fase conversávamos muito, trocávamos impressões de forma aberta, ainda eu era director-adjunto.
 
Em 2007 ele faz-me um convite que achei que o primeiro-ministro não podia fazer.
Que convite foi esse?

Para substituir o José Eduardo Moniz na TVI. Ele diz que não sabia de nada do que se estava a passar, mas em Fevereiro fez-me esse convite. Quatro meses antes. Disse-lhe que não estava disponível e a relação acabou.

Sócrates quis dominar a comunicação social?

Completamente. Tinha essa vertigem. Denunciei isso muitas vezes em editoriais. Uma vergonha. Não é um democrata. É um tipo colérico quando é contrariado. Depois desse almoço na Travessa - e uma coisa estranha é que o restaurante estava cheio, mas todas as mesas à nossa volta estavam vazias, portanto presumo que ele não marcava apenas uma mesa, mas um quadrado -, acho que nunca mais falámos.» "
 
 
Como é fácil de entender, há luz do critério esquerdista das redacções lusas, o conteúdo da entrevista não tem relevância jornalística, sendo mesmo inoportuno... ainda mais num momento em que as redacções apostam, como nunca, em incutir no cidadão tuga a ideia de que a culpa da crise em que o País está mergulhado é de Passos & Gaspar. Imagine-se a mesma entrevista, mas com o nome "Relvas" em vez de "Sócrates"... teríamos abertura de telejornal, semanas a fio que culminariam com 1 - 2 Milhões na rua a pedir a demissão do governo.
 
 
O clima mediático das 2 últimas semanas e as próximas...

Veremos se, por altura da divulgação da decisão do TC acerca do OE 2013, temos o clima propício para eleições antecipadas. Pessoalmente, quero ver rapidamente este governo substituído por uma “solução de esquerda” (tão do agrado da nossa comunicação social). Não por achar que teremos políticos mais capazes, mas pela mera curiosidade de observar como passará a ser tratada, mediaticamente, a "realidade" do País. Nomeadamente, a forma como o jornalismo passará a contextualizar as medidas difíceis com as quais os portugueses terão ainda de conviver nos próximos tempos.

Fica já o prognostico: com um governo de esquerda, veremos os Srs. jornalistas a deixar de promover os indignados (ainda ontem no telejornal, vi uma reportagem sobre uma manifestação a ter lugar na freguesia de Fânzeres, Gondomar, a propósito do encerramente do posto dos CTT cuja alternativa pasará a estar a uns distantes 1.500 metros... ) para passarem, de forma pedagógica,  a explicar ao povo que as opções ideológicas só são possíveis se forem compatíveis com as regras da matemática. E que, sejam de esquerda ou de direita, quando as despesas superam em muito as receitas, os decisores só podem optar por mais cortes ou mais impostos…