Em Janeiro passado, durante a fase “Je suis Charlie”, publicou-se este post:
“Quais são, afinal, os limites de tolerância do nosso jornalismo com aqueles que violam os valores da liberdade de expressão e imprensa?
…
Tenham vergonha!
Vocês, enquanto afirmam à boca cheia que o desrespeito pela liberdade de imprensa é incompatível com a democracia - por razões de pura afinidade ideológica – são capazes de se aliarem à agenda dos que “se cagam para o segredo de justiça”, de se aliarem à estratégia dos que, com Sócrates, calaram alguns jornalistas e condicionaram outros, em suma, são capazes de colocar os interesses e a conveniência da "esquerda" (nomeadamente, os interesses de Costa e do PS) à frente dos tais direitos que dizem ser intocáveis e, ativamente, darem o vosso contributo para que essa gente volte ao poder!”
Serve esta introdução para melhor enquadrar a omissão e o silêncio – à exceção do Expresso, órgão de comunicação onde escreve o visado, do Observador e de alguns blogs -, em torno deste elucidativo episódio sobre o próximo PM de Portugal (recorro, mais uma vez e com a devida vénia, ao Impertinente…):
"João Vieira Pereira, um jornalista com uma razoável independência de espírito, qualidade reconhecidamente pouco abundante na corporação, escreveu no dia 25 de Abril uma crónica com o título «Perigosos desvios do PS à direita» sobre o relatório "Uma década para Portugal", do qual, aliás, não faz uma apreciação negativa, nem menciona uma única vez António Costa, e onde escreveu:
«Só que ao estilo PS. Nada como pedir a uns independentes que façam umas contas que não comprometem ninguém. Se correr bem o partido tinha razão. Se correr mal eram apenas umas ideias loucas de uns economistas bem-intencionados. Esta falta de coragem é a mesma que levou Sampaio da Nóvoa a avançar sozinho. Uma espécie de "vai andando que eu já lá vou ter". A política do tubo de ensaio. Cheia de falta de coragem e reveladora da ausência de pensamento político consistente.»
O retrato sem nome é tão rigoroso que o inominado enfiou a carapuça e tomou a iniciativa de lhe enviar um intimidatório SMS:«Senhor João Vieira Pereira. Saberá que, em tempos, o jornalismo foi uma profissão de gente séria, informada, que informava, culta, que comentava. Hoje, a coberto da confusão entre liberdade de opinar e a imunidade de insultar, essa profissão respeitável é degradada por desqualificados, incapazes de terem uma opinião e discutirem as dos outros, que têm de recorrer ao insulto reles e cobarde para preencher as colunas que lhes estão reservadas. Quem se julga para se arrogar a legitimidade de julgar o carácter de quem nem conhece? Como não vale a pena processá-lo, envio-lhe este SMS para que não tenha a ilusão que lhe admito julgamentos de carácter, nem tenha dúvidas sobre o que penso a seu respeito. António Costa»
Se a crónica de João Vieira Pereira traça um retrato político do líder do PS, a resposta de Costa oferece-nos um retrato do seu carácter. São complementares, por assim dizer. "
Não vi uma referência a este caso em nenhum telejornal. Não encontrei nos noticiários daquela rádio de informação sempre com linha direta às indignações do dia, qualquer referência ao assunto…
“Quais são, afinal, os limites de tolerância do nosso jornalismo com aqueles que violam os valores da liberdade de expressão e imprensa?
…
Tenham vergonha!
Vocês, enquanto afirmam à boca cheia que o desrespeito pela liberdade de imprensa é incompatível com a democracia - por razões de pura afinidade ideológica – são capazes de se aliarem à agenda dos que “se cagam para o segredo de justiça”, de se aliarem à estratégia dos que, com Sócrates, calaram alguns jornalistas e condicionaram outros, em suma, são capazes de colocar os interesses e a conveniência da "esquerda" (nomeadamente, os interesses de Costa e do PS) à frente dos tais direitos que dizem ser intocáveis e, ativamente, darem o vosso contributo para que essa gente volte ao poder!”
Serve esta introdução para melhor enquadrar a omissão e o silêncio – à exceção do Expresso, órgão de comunicação onde escreve o visado, do Observador e de alguns blogs -, em torno deste elucidativo episódio sobre o próximo PM de Portugal (recorro, mais uma vez e com a devida vénia, ao Impertinente…):
"João Vieira Pereira, um jornalista com uma razoável independência de espírito, qualidade reconhecidamente pouco abundante na corporação, escreveu no dia 25 de Abril uma crónica com o título «Perigosos desvios do PS à direita» sobre o relatório "Uma década para Portugal", do qual, aliás, não faz uma apreciação negativa, nem menciona uma única vez António Costa, e onde escreveu:
«Só que ao estilo PS. Nada como pedir a uns independentes que façam umas contas que não comprometem ninguém. Se correr bem o partido tinha razão. Se correr mal eram apenas umas ideias loucas de uns economistas bem-intencionados. Esta falta de coragem é a mesma que levou Sampaio da Nóvoa a avançar sozinho. Uma espécie de "vai andando que eu já lá vou ter". A política do tubo de ensaio. Cheia de falta de coragem e reveladora da ausência de pensamento político consistente.»
O retrato sem nome é tão rigoroso que o inominado enfiou a carapuça e tomou a iniciativa de lhe enviar um intimidatório SMS:«Senhor João Vieira Pereira. Saberá que, em tempos, o jornalismo foi uma profissão de gente séria, informada, que informava, culta, que comentava. Hoje, a coberto da confusão entre liberdade de opinar e a imunidade de insultar, essa profissão respeitável é degradada por desqualificados, incapazes de terem uma opinião e discutirem as dos outros, que têm de recorrer ao insulto reles e cobarde para preencher as colunas que lhes estão reservadas. Quem se julga para se arrogar a legitimidade de julgar o carácter de quem nem conhece? Como não vale a pena processá-lo, envio-lhe este SMS para que não tenha a ilusão que lhe admito julgamentos de carácter, nem tenha dúvidas sobre o que penso a seu respeito. António Costa»
Se a crónica de João Vieira Pereira traça um retrato político do líder do PS, a resposta de Costa oferece-nos um retrato do seu carácter. São complementares, por assim dizer. "
Não vi uma referência a este caso em nenhum telejornal. Não encontrei nos noticiários daquela rádio de informação sempre com linha direta às indignações do dia, qualquer referência ao assunto…
É isto a Censura por Omissão. A imagem de Costa, como se tem constatado em diversas ocasiões, deve ser protegida a todo o custo.
Imagine só se fosse Passos ou algum dos seus ministros, a enviar semelhante sms…
"Enfim, a comunicação social já escolheu o novo “querido líder”. Resta aos portugueses continuarem a ver e ouvir os comentadores do costume e lerem os escribas do costume, até que o poder volte a cair no colo dos predestinados…
Tudo correrá pelo melhor e sem sobressaltos!"
Imagine só se fosse Passos ou algum dos seus ministros, a enviar semelhante sms…
"Enfim, a comunicação social já escolheu o novo “querido líder”. Resta aos portugueses continuarem a ver e ouvir os comentadores do costume e lerem os escribas do costume, até que o poder volte a cair no colo dos predestinados…
Tudo correrá pelo melhor e sem sobressaltos!"
Com jornalismo assim, quem precisa de censura?...
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