Anda tudo
indignadíssimo com a “lista VIP” de contribuintes. Aqui e acolá, ouço
jornalistas e comentadores dizerem que os cidadãos não aceitam que existam
contribuintes de 1ª e contribuintes de 2ª. Que esta polémica veio abalar a
confiança dos portugueses no Fisco…
É mais um caso
de ideia implantada.
Vejamos, o caso
começou na sequência da seguinte constatação: funcionários do fisco, por mera
curiosidade andavam a bisbilhotar a informação fiscal de alguns contribuintes. Pessoalmente,
tomar conhecimento que isto pode acontecer com total leviandade, é que abala a
minha confiança no fisco...
Mas parece que
isto não preocupou ninguém. Aliás, é delicioso verificar que até a comissão nacionalde proteção de dados se manteve sossegada perante este assunto – o sigilo e a reserva
da informação fiscal dos portugueses não estava em causa, presume-se -, mesmo
com declarações públicas do presidente do sindicato afirmando “…que é uma
prática comum os funcionários consultarem as informações fiscais dos
contribuintes quando há sinais exteriores de património acima da média” – já agora,
qual é a média?...
Caro cidadão,
não pense pela sua cabeça, deixe que os jornalistas o façam por si!
Por favor, ponham
o mais rapidamente possível, Costa no lugar de PM para que este clima de
histeria e constante polémica na comunicação social cesse. O meu sistema nervoso
já não aguenta…
Estivesse o PS
no governo e, não tenho dúvidas, assistiríamos a um enquadramento e discussão
mediática completamente distinto. O drive da indignação seria algo do género:
Como é possível
que os cidadãos estejam à mercê do voyeurismo dos trabalhadores dos impostos?!
Como
é possível que o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Impostos se ache
acima do direito constitucional dos portugueses à reserva e sigilo da sua
informação fiscal?!
No plano mediático, bem longe do clima de histerismo e indignação atuais, assistiríamos à abertura de telejornais
dando conta aos portugueses que o governo socialista estava atento à situação
e que estava já a preparar medidas no sentido de estabelecer um controlo mais
apertado à possibilidade de acesso indevido à informação fiscal dos cidadãos…
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