11 dezembro, 2013

Exportações – a ponta do iceberg da “Narrativa”.


Em virtude da cegueira ideológica das redacções lusas, um dos assuntos onde é mais visível o seu deficiente e enviesado trabalho jornalístico, é o tópico exportações, nomeadamente, a forma como o seu desempenho vai sendo noticiado.


Há 1 ano atrás (final de 2012), na comunicação social, a execução do OE 2013 era uma ilusão em que apenas o governo acreditava. Exceptuando as previsões desses charlatões e no que dizia respeito a exportações – sector apontado pelo actual governo como o motor (a salvação…) da recuperação económica -, todos as “pessoas de bem” eram unânimes:



Outra mensagem recorrente para compor a narrativa, era aquela ideia de que o aumento das exportações que então se verificava, nada tinha a ver com alterações da nossa estrutura económica:
 
Em contraponto a esta narrativa, o OE 2013 elaborado pelos “lunáticos” que actualmente nos governam, estimava uma subida de 3,6% (previsões mais optimistas do que as avançadas por Bruxelas (2,7%), por exemplo).



Outubro de 2013:

Decorrido 1 ano (ao longo do qual o tema foi abordado, por exemplo, aqui e aqui), constata-se que as exportações vão fazendo o seu caminho… 
 
"Em termos trimestrais, os dados do INE revelam que as exportações aumentaram 4,6% no período terminado em Outubro"


Tal como sucede quando qualquer estimativa do governo falha, viram algum jornalista confrontar os autores das previsões de descalabro das exportações com o seu falhanço?...
 
Viram algum comentário em jeito de troça (tão vulgar e característico da “maneira de ser tuga”…) destinado e algum entre os numerosos comentadores “anti-austeridade” que desenhavam os cenários de descalabro e das piores catástrofes para o ano de 2013? Eram as exportações a cair, o desemprego nos 20%, o PIB entre -3% e -4%, o défice que iria ser de 8% ou 9%,...


Claro que não. Aliás, ler algumas notícias sobre o assunto “dá dó”...

“Apesar das exportações nacionais terem crescido apenas 4,2% em Outubro face ao mesmo mês do ano passado, em termos de valor o mês foi o segundo melhor de sempre…”

“Apenas”, diz o sr. jornalista…


A notícia, abordada pelas diversas redacções, é digna de leitura pois, pese embora as variadas chamadas a título sintonizadas com este tom de desapontamento, no seu corpo encontram-se alguns factos que contradizem as ideias inicialmete avançadas, por exemplo:

Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 5,5% e as importações diminuíram 0,1% em comparação com o terceiro trimestre de 2012. O saldo da balança comercial, com exclusão deste tipo de produtos, atingiu um excedente de 1,232 mil milhões de euros, a que correspondeu uma taxa de cobertura de 170,9%.”

O ouro e o “pitróleo” da Galp, estão a ver?....
NOTA: Onde o sr. jornalista escreveu 170,9%, deveria ser 70,9%. Enfim, gaffes... quem não as tem, não é?


Enfim, há boas notícias para uma vasta maioria de portugueses, que parecem ser más notícias para outros. E ainda há quem duvide que, dentro das nossas fronteiras, não existam 2 países.