21 maio, 2013

O Conselho de Estado do "nosso descontentamento"...


Foi grande a indignação pela agenda (oficial, pelo menos…) imposta pelo PR neste Conselho de Estado…
Tanta indignação pelo facto de um conjunto de pessoas querer pensar num horizonte de 2, 3, 10 anos... Será isto razão para tanta indignação? Não terão sido precisamente os anos a fio a pensar apenas no "dia de amanhã"- em vez do médio e longo prazo -, que trouxeram os portugueses a esta triste situação?!

Somos um País de “profissionais da indignação”. Os mesmos comentadores que frequentemente (e bem) apontam a incapacidade portuguesa de preparar o futuro, que se indignam com os nossos decisores políticos  por estes se preocuparem apenas com o “dia seguinte” ou as próximas eleições, em vez de concretizarem as reformas fundamentais para as gerações seguintes, de um momento para o outro, perante uma iniciativa que tenta enveredar por essa via, preferem alinhar no discurso fácil, dizer o que “o povo quer ouvir”…  

Sejam crescidos e parem de “vender ilusões” aos portugueses. Portugal, vai ter austeridade durante 10 – 15 anos (ou mais...). Irá muito para lá de Passos & Gaspar, deste governo PSD/CDS, do próximo do PS e de quem vier a seguir... A mudança na estrutura do Estado que falta fazer, será muito complicada de concretizar e enfrentará sempre enormes resistências pois ela constitui uma ameaça ao “status quo” da capital e do regime…

No entanto, só essa mudança – o abandono do modelo dos empregos "sustentados pela burocracia” e a sua substituição por actividades produtivas (como a aposta nos sectores da agricultura e indústria) -, poderão proporcionar uma redução do fardo dos impostos sobre cidadãos e empresas, o aumento (por essa via) do rendimento disponível e, um futuro sustentável para os portugueses. Sem isso, TODOS, estaremos condenados.