O Norte exportador
"É quase uma notícia de rodapé. Como se já fosse hábito. O Porto de Leixões teve em abril um aumento das exportações de 30%, com um máximo histórico de 1,7 milhões de toneladas carregadas num só mês! E, mais do que um mês bem sucedido, o acumulado de subida das exportações é até agora de 13% em 2013 face a 2012.
O que exportamos mais? Combustíveis refinados, ferro e aço, bebidas, papel e cartão, máquinas e produtos químicos. Os países onde as empresas portuguesas encontraram novos clientes são a Argélia (mais 150%), Marrocos (mais 61%), EUA (mais 45%), Reino Unido (mais 44%) e França (mais 39%).
É extraordinário. Há dois países em Portugal. Este é o silencioso, fruto de sangue, suor e lágrimas. Há dezenas de milhares de trabalhadores e algumas centenas de empresários e diretores comerciais de mala na mão por este mundo fora a fazer a tal 'coisa' sempre pomposamente dita pelo Governo: fazer a inversão da balança comercial do país e fazer a retoma.
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Estes dados, são a melhor evidência dos dois modelos de sociedade existentes no nosso País. Por um lado, o modelo de sociedade representado por um grupo bem instalado em “Lesboa”. Uma condição conquistada na sombra da monstruosa estrutura do Estado e dos milhares e milhares de empregos sustentados pela burocracia.
À custa desta estrutura, sustentada com os impostos de TODOS os portugueses, cresceu uma economia "pseudo-privada": um sector de serviços ancorado nos gabinetes de "grandes" advogados & seus pareceres, nos escritórios da banca e das consultoras internacionais, das administrações das empresas públicas e das ex-públicas (edp, pt, galp...) que, mesmo anos depois da sua privatização, continuaram com as benesses e os momopólios que só a proximidade (promiscuidade...) com o poder lhes garantiu (e garante).
O "outro" modelo é representado, nas palavras de Daniel Deusdado, pelas "dezenas de milhares de trabalhadores e algumas centenas de empresários e diretores comerciais de mala na mão por este mundo fora" que, apesar de um Estado ladrão que, ao longo dos anos foi retirando, saqueando - pela via fiscal (impostos) ou pela sua incompetente gestão (refletindo-se no sobrecusto da electricidade, combustíveis, scuts...) - uma fatia cada vez maior do fruto do seu trabalho enquanto criou obstáculos adicionais à sua competitividade, para sustentar a estrutura desmesurado e voraz do Estado, nomeadamente, os milionários vencimentos dos "gestores" do sector empresarial público.
É tão simples ver sobre qual destes modelos devem recair as reformas e os cortes e qual deles deve ser poupado para que Portugal se desenvolva económicamente... mas há um factor que trava esta mudança e impede que a sociedade em geral tenha esta percepção - a comunicação social.
Sendo Portugal o país centralizado que é e, nomeadamente, o facto de todas as redacções e meios de comunicação "de massas", estar sedeado em Lisboa, determina que a visibilidade do "Portugal silencioso" face ao "Portugal que vive à mesa do Orçamento de Estado", seja praticamene nula...
Assim, um dos maiores desafios que se coloca a este País, é o seguinte:
À custa desta estrutura, sustentada com os impostos de TODOS os portugueses, cresceu uma economia "pseudo-privada": um sector de serviços ancorado nos gabinetes de "grandes" advogados & seus pareceres, nos escritórios da banca e das consultoras internacionais, das administrações das empresas públicas e das ex-públicas (edp, pt, galp...) que, mesmo anos depois da sua privatização, continuaram com as benesses e os momopólios que só a proximidade (promiscuidade...) com o poder lhes garantiu (e garante).
O "outro" modelo é representado, nas palavras de Daniel Deusdado, pelas "dezenas de milhares de trabalhadores e algumas centenas de empresários e diretores comerciais de mala na mão por este mundo fora" que, apesar de um Estado ladrão que, ao longo dos anos foi retirando, saqueando - pela via fiscal (impostos) ou pela sua incompetente gestão (refletindo-se no sobrecusto da electricidade, combustíveis, scuts...) - uma fatia cada vez maior do fruto do seu trabalho enquanto criou obstáculos adicionais à sua competitividade, para sustentar a estrutura desmesurado e voraz do Estado, nomeadamente, os milionários vencimentos dos "gestores" do sector empresarial público.
É tão simples ver sobre qual destes modelos devem recair as reformas e os cortes e qual deles deve ser poupado para que Portugal se desenvolva económicamente... mas há um factor que trava esta mudança e impede que a sociedade em geral tenha esta percepção - a comunicação social.
Sendo Portugal o país centralizado que é e, nomeadamente, o facto de todas as redacções e meios de comunicação "de massas", estar sedeado em Lisboa, determina que a visibilidade do "Portugal silencioso" face ao "Portugal que vive à mesa do Orçamento de Estado", seja praticamene nula...
Assim, um dos maiores desafios que se coloca a este País, é o seguinte:
- sabendo nós que a comunicação social desempenha um papel central na ascensão e queda dos sucessivos governos, será possível implementar as mudanças que Portugal precisa, e que passam essencialmente pelo corte nos recursos que sustentaram a riqueza gerada na capital nas últimas décadas, quando será precisamente esse grupo - que domina completamente a agenda mediática e a opinião pública - o mais atingido por essas medidas ?