Ainda há dias, a Fenprof atirava-se ao Ministério da Educação pois estava muito preocupada com os exames do 4º ano (antiga 4ª classe), fundamentalmente, pelas repercussões que os mesmos teriam para os “pobres” alunos (no caso, para as “crianças”):
“…o contexto em que se realizam e a pressão exercida sobre as crianças poderá até distorcer negativamente a avaliação que é feita sobre as mesmas.”
“… chama-se a atenção para o facto de o MEC estar a impor a concentração e deslocação de crianças com nove (9) e dez (10) anos para realizarem esta prova”
“As deslocações atrás referidas sujeitarão as crianças a uma grande pressão, por terem de ir para um espaço desconhecido do seu quotidiano, a que acrescem as viagens e o formalismo do exame”
Destas frases e afirmações, não podem restar dúvidas: para a Fenprof o aluno é sagrado!...
No entanto, para uma organização tão sensível e preocupada com os alunos, não deixa de ser curioso que, dias depois, virem anunciar uma greve nestes termos….
“Os sindicatos agendaram uma greve geral de professores para 17 de junho, dia que coincide com o primeiro dia dos exames nacionais do ensino secundário […], avançou a Fenprof.”
Enfim, olhando a estas duas posições assumidas no espaço de um semana, pergunta-se: esta preocupação com os alunos será genuína ou a "preocupação" da Fenprof com os alunos, apenas existe quando estes servem de arma de arremesso para reforçar o seu discurso “contra” o Ministro da Educação e o Governo?
Algum jornalista poderia perguntar isto ao Sr. Mário Nogueira?