23 maio, 2013

Daria um excelente "Escândalo!", se fosse para malhar na Direita....


Como aqui no blog já foi referido, uma das principais formas de censura praticada pelos órgãos de comunicação social portugueses, passa pela selecção daquelas notícias a que se dá visibilidade e grande destaque nos media e (por razões também aqui já discutidas) aquelas que são esquecidas ou “sonegadas” ao grande público… 

Daqui, podemos constatar mais um desses exemplos da “selectividade” das redacções. A matéria em causa diz respeito à CM Lisboa e o eventual favorecimento do BES numa decisão que envolve alguns milhões de euros. No entanto, a nossa comunicação social - talvez pelas figuras que seriam atingidas se o caso fosse elevado à categoria de "Escândalo" - não considerou o assunto relevante para o colocar nas capas dos jornais,  dar destaques e abertura de  telejornais, etc...
 
Enfim, “Daria um excelente "Escândalo!", se fosse para malhar na Direita....”.

NOTA: Sem dúvida interessante neste caso, verificar como os “anti-banca” BE e PCP, não se manifestaram grande indignação com estas manobras … 
 

Os costados do Costa

As notícias do Sol/Lusa, de 5-5-2013, e do Público/Lusa, de 9-5-2013, sobre uma denúncia anónima relativa a um alegado «favorecimento» da Câmara Municipal de Lisboa «ao Banco Espírito Santo (BES) em detrimento do Santander Totta», numa cessão de créditos no valor de 5,75 milhões de euros, passaram sem grande indignação. Diz o Público que a denúncia alega:
«a autarquia, através da vereadora das Finanças, Maria João Mendes, ter exigido, segundo a denúncia, o visto prévio do Tribunal de Contas apenas no caso de a EPUL assinar o contrato com o Santander. Se o contrato fosse firmado com o BES, a Câmara prescindia desse visto. Ora, segundo uma fonte do Tribunal de Contas ouvida pela Lusa, "as cessões de créditos não estão sujeitas a visto".»
De relevo, o facto de a CM Lisboa ter reagido à notícia pelo vice-presidente, arq.º Manuel Salgado, que detém os pelouros do Urbanismo e Planeamento Estratégico e, dizem as boas línguas, gere a Câmara no dia-a-dia. António Costa escondeu-se...

Um dos factos mais notáveis da promiscuidade do PS, Bloco de Esquerda e PC, com o poder sistémico é o abafamento da informação, útil para os votantes, e que revelei aqui em 23-3-2012, de que o vice-presidente da CM Lisboa, que já tinha trabalhado para o Grupo Espírito Santo (possivelmente, o grupo financeiro mais forte na promoção imobiliária de Lisboa, através da Espart),
«Manuel Manuel Sande e Castro Salgado é primo direito de Ricardo do Espírito Santo Salgado, que é presidente da comissão executiva do Banco Espírito Santo. Nascidos ambos em 1944, tinham o mesmo avô paterno: António Maria Pinto Cardoso Salgado
 
Então, o PS costista tão socialista (que chegou a assumir internamente da decisão de avançar, em janeiro de 2013, com uma candidatura a secretário-geral do partido, ficando a Câmara naturalmente para o seu vice...) e o Bloco de Louçã/Catarina/Semedo tão contra «os donos de Portugal» são afinal aliados da família Espírito Santo?... E o PC, sempre tão contra as grandes famílias capitalistas, omitiu esta informação do povo, que decerto possuía, e até andou a namorar com António Costa sobre uma eventual grande frente de esquerda na capital, ensaio do que Costa e a fação ferrosa pretendem fazer no País?...