30 dezembro, 2013

Retroespectivando… fim de ciclo, novo ciclo?

 
Em jeito de retrospectiva, não apenas do ano que agora finda, mas dos últimos 40 anos, aconselha-se (mais) este excelente post no “portadaloja”. Através dele podemos, não só, constatar, mas também perceber alguns dos mecanismos que explicam o fenómeno que aqui designamos por wishfull thinking do jornalismo luso.

Através de uma peça jornalística do Público, é possível esmiuçar a narrativa, um autêntico "reescrever da história", que o jornalismo em geral, construiu, e constrói - neste caso particular -, em torno do que correu mal (
apesar de uma ajuda massiva da UE, diga-se...) ao longo do processo de transformação social e económica que Portugal enfrentou desde os anos 70, até ao presente.

Transcrevemos apenas este excerto, mas aconselha-se vivamente a leitura do post na íntegra:
“Por outro lado, como é que o autor explica o que ocorreu em 1974-75? Como a coisa mais natural deste mundo, apesar de notificar que houve "alterações profundas na estrutura económica do país. Nesse ano, a economia não cresceu e, em 1975, em particular, o PIB caiu 4,3, um valor não superado por crises posteriores". Isso apesar de o PIB, poucos meses antes crescer a um ritmo de quase dois dígitos. […]

Estes especialistas analisam assim "a economia", como se fosse um fenómeno estático e dado somente a variações numéricas influenciadas pela conjuntura do momento que é entendida como resultado do devir normal de um qualquer país. Nenhum país da Europa sofreu o descalabro económico que sofremos em 1974-75 e nenhum país da Europa teve uma Esquerda (comunista e socialista) como tivemos por aqui naqueles anos e ainda temos e que revolucionaram a economia nacional para todo o sempre. Conseguiram fazer aprovar uma Constituição absurda e com laivos de país das maravilhas em que não deixaram tocar durante mais de uma dúzia de anos… […]

É por estas e por outras que este jornalismo é assim, tipo para quem é bacalhau basta. A Esquerda não tira ilações das suas derrotas porque não as entende sequer. E a linguagem que usa é a chamada "língua de pau" do economês, sem relação dinâmica com a realidade social e política e muito menos com a língua comum ao entendimento comezinho dos fenómenos. Se houve alguma coisa que mudou essencialmente nestes últimos 40 anos foi a linguagem corrente de quem escreve sobre assuntos específicos. Todos apostam nos estrangeirismos, nas figuras linguísticas sem conotações que sejam fáceis de entender e numa espécia de dicionário de rimas do politicamente correcto que empobrece a escrita e principalmente a explicação de qualquer fenómeno.”
 
Basta ler o título que introduz o estudo analisado no post: “Quando os ventos do exterior acabam com as intenções de reforma”, para confirmar todo um programa defendido pela redação do Público.
 
Para estes intelectuais do jornalismo, há sempre um alibi – que designam por “factores externos” ou a "realidade internacional" - para desculpar as verdadeiras causas dos sucessivos falhanços de construção de um país com níveis de desenvolvimento mais consentâneos com os nossos parceiros da Europa Ocidental - as “receitas esquerdistas”. Quem formule a sua opinião baseando-se apenas no que lê ou ouve, na comunicação social dificilmente perceberá, mas foi esse o padrão das opções tomadas nas décadas mais recentes. 


Enquanto este “clima mental”, em larga medida, concebido e “amamentado” por este tipo de jornalismo, que faz subordinar factos e realidade, à medida das suas próprias conceções ideológicas e fé militante… Enquanto um povo for - não informado, mas formatado e educado - nesta “realidade paralela socialista”, dificilmente veremos sinais de mudança neste cantinho.


É impressionante como, em pleno Sec. XXI, na suposta era da informação, seja ainda possível conviver com tamanho irrealismo e cegueira ideológica. Repare, no que que toca a socialismo, só se conhecem dois tipos de países ou modelos de sociedade:

     - os fictícios ou utópicos: onde, apoiando-se na desigualdade existente em qualquer sociedade e instrumentalizando os mais desfavorecidos, se formula um modelo que funciona perfeitamente nos discursos e na retórica, garantindo - assim que se “embarque” no processo socializante - um país "igual e fraterno", uma sociedade com um futuro resplandecente, bem à medida de um conto de fadas;

     - os reais: correspondendo aos países e às sociedades, que efetivamente passaram por tal processo, e que apenas têm para oferecer pobreza generalizada, aumento de todo o tipo de desigualdades e assimetrias, violação dos direitos humanos, presos políticos, fome, etc. (ex-URSS, Cuba, China, Coreia do Norte, Albânia, Venezuela,…).


Pessoalmente, o que considero mais curioso - e talvez um dos grandes enigmas (à mistura com angústia e embaraço) do nosso tempo -, é constatar como responde  um esquerdista convicto, por muita formação académica, por mais mestrados e doutoramentos que tenha, quando confrontado com os resultados práticos e consistentes, que o socialismo teve nos inúmeros países onde foi implementado, é qualquer coisa como isto:
 “Na verdade, esse regime não seguiu uma experiência autenticamente socialista!..”… Pois… e ainda dizem que são as religiões que alienam os indivíduos.

Não admira que qualquer “revolução cultural” de matriz socialista, encare com hostilidade a religião – afinal de contas, a "esquerda" tem pavor de
concorrência!


28 dezembro, 2013

É importante distinguir: greves provocadas pelo “roubo e ataque aos direitos dos trabalhadores” e as outras…


Embora não resida em Lisboa, é com interesse que tenho seguido a cobertura mediática da greve de recolha do lixo que aí decorre. Já assisti para cima de uma dezena de reportagens sobre o assunto e não deixa de ser curioso constatar a diferença no tratamento jornalístico desta greve por comparação com outras.

Normalmente, as reportagens sobre greves que passam nos telejornais, são dominadas pela opinião e revindicações, de grevistas. Quando o grau de mediatismo justifica, é recorrente, em reforço da revindicação do sindicalista “especializado” no sector, surgirem ainda os dirigentes das estruturas sindicais nacionais (UGT e/ou CGTP) com a habitual narrativa “trabalhadores Vs governos de direita”. Não é à toa que Arménio Carlos se tornou numa das figuras mais assíduas nos telejornais, logo, das mais reconhecidas pelos portugueses.

 
 
Mas, "estranhamente", nestas reportagens da greve à recolha do lixo em Lisboa, nunca vi um sindicalista expor as razões da mesma. Todas as reportagens, foram dominadas pelo transtorno que a greve causa aos cidadãos e pontuadas por diversas entrevistas de rua onde (salvo raras exceções) estes manifestam a sua indignação pelo prejuízo causado (esta greve é coisa do 3º mundo...).
 
As últimas reportagens, aliás, consistiram em exclusivo na comunicação do presidente da CM (António Costa), designadamente, a dar conta das medidas que está a tomar para minorar o incómodo que a situação origina junto da população e a dar conta da sua perplexidade com a greve, que, segundo ele, não tem qualquer razão de ser.

Penso que esta será a única greve em que, na televisão, não vi um qualquer individuo, mais ou menos exaltado, com uma bandeira ou uma faixa, a vociferar contra “os governos fascistas de direita que roubam os direitos dos trabalhadores!”. E o Arménio & outros, porque não aparecem? Será pelo contexto mediático, pouco "convidativo"?...

Não é, com certeza, por esta greve ser a resposta a decisões de gestão tomadas por António Costa, um dos prediletos do jornalismo militante, que a cobertura mediática não segue o guião habitual.


Não, isto sou eu que vejo conspirações em todo o lado


Nota: não estão em causa as decisões de A. Costa (provavelmente até concordo com as mesmas). O ponto, como sempre, é o duplo critério do jornalismo luso.


27 dezembro, 2013

Manual de Procedimentos T. Constitucional: ITR – Avaliação de medidas de corte de despesa

Caro leitor, você (também) "é daqueles" que não percebe o sentido das decisões do TC?

Não entende, por ex., porque:

     - Existindo a intenção de cortar apenas nos salários dos funcionários públicos, recorrendo a um preceito constitucional denominado “Equidade”, a “lei ordene” que esses cortes também abranjam os salários do privado (não se pode colocar o funcionário público perante tal situação de desigualdade de tratamento...);    

     - Quando se pretende cortar 10% nas pensões dos funcionários públicos, por terem (em média) um regime de aposentação 30% "mais generoso" que o sistema que abrange os trabalhadores do sector privado (convergência possível quando não há dinheiro...), não é possível cortar nesse direito porque viola o princípio da “Confiança” (ou seja, o funcionário público já tinha aquela expectativa e não pode ser defraudada…);

Ou seja, no 1º caso, o princípio da Confiança não se colocou, tendo o próprio TC sugerido implicitamente o corte de salários no sector privado. No 2º caso, a Equidade "é cena que não me assiste" (como alguém diria) não se vislumbrando qualquer impedimento constitucional perante o facto objectivo de estarmos perante um grupo de cidadãos mais privilegiado que outro... 

(Qual “ovo”, qual “galinha”! O verdadeiro dilema parece ser:O que nasceu primeiro: a Equidade ou a Confiança?”)
 
 
Mas, se você suspeita que estes “princípios constitucionais” são usados de acordo com a subjectividade ou a conveniência dos interesses da função pública onde, por coincidência, se inserem os Srs. Juízes do TC, nada disso! A questão é meramente de ordem administrativa e organizacional.

Através de fontes “fidedignas” dentro no Palácio Ratton, o “Jornalismo Assim” teve acesso ao Manual de Organização do Tribunal Constitucional. Assim, em rigoroso exclusivo, reproduz-se a seguir o fluxograma da Instrução de Trabalho “Avaliação de medidas de corte de despesa pública” (revisão Junho de 2011), documento em vigor e que explica a jurisprudência seguida pelos Srs. Juízes nos últimos 2 anos.



 

Como qualquer pessoa minimamente familiarizada com os Sistemas de Qualidade entende, a importância de cumprir com o estipulado nos procedimentos e instruções, é crucial. Os Srs. Juízes,  até reconhecem nos seus acordãos as desigualdades existentes e - em virtude da realidade financeira do país - a necessidade de medidas de alteração mas, como se compreende, o Manual de Procedimentos deixa-os de mãos atadas e ninguém gosta de ser o responsável por uma "Não Conformidade".

Entretanto, está prevista uma nova revisão do documento para meados de 2015… veremos se para 2016 (e anos seguintes) as medidas de corte de salários e pensões, passarão a contar com distinta apreciação jurídico-constitucional...



Há cerca de 1 ano, batizamos 2013 como “O ano da Ressurreição da Constituição” aproveita-se a ocasião para desejar:

Um Feliz, e Constitucional, 2014!

Notas do Fluxograma (clicar na imagem para ampliar):

(1)
Em 2010, governava o partido socialista, foi incluído no OE 2011 um corte entre 3,5% e 10% dos salários da função pública. Note-se, foram cortados APENAS os salários dos funcionários públicos e não os do privado. O TC considerou esses cortes constitucionais em função do ”contexto de emergência financeira"...



Já com o Governo de Passos & Gaspar, o TC veio chumbar o corte salarial (desta vez através dos subsídios) aos mesmos funcionários públicos previsto no OE 2012. A razão invocada prendeu-se então com a violação do princípio constitucional da “Equidade”, designadamente, a existência de uma desigual distribuição de sacrifícios entre sector público e privado.

Recorde-se, nesse momento e ao contrário de 2010, o Estado Português já estava sob resgate financeiro e com objetivos / metas orçamentais assumidas junto dos nossos credores internacionais. No entanto, com critério distinto da decisão tomada em 2010, os Srs. Juízes não terão reconhecido o ”contexto de emergência financeira"…


(2)
Recentemente o TC chumbou as medidas de convergência entre a CGA e o Regime Geral invocando a violação do principio da “Confiança”. Mas a medida agora chumbada, na prática, tem os mesmos efeitos que as alterações introduzidas (e bem…) pelo Governo Sócrates em 2006, tema já abordado neste post de Setembro:

“…com as mudanças ocorridas na sociedade ocidental (e portuguesa em particular), o sistema de pensões tornou-se completamente insustentável e, desde há alguns anos, correcções têm sido introduzidas de forma a fazer convergir o sistema de pensões da CGA com o RGSS (Regime Geral da Seg. Social). Por ex., um funcionário público que se reforma-se até 2005, teria uma pensão superior ao seu último salário (pensão = 100% do salário, mas fazia menos descontos). A partir de 2006, foi introduzido um factor que fez a pensão corresponder a 89% do último vencimento. O corte de 10% nessas pensões que agora se discute, resulta de uma alteração desse factor de 89% para 80%.Actualmente, estudos apontam para que um cidadão activo que hoje tenha menos de 50 anos, tenha no futuro uma reforma de 50% - 40% (quem sabe?...) desse mesmo vencimento.

Mais uma vez, não é o “Estado” quem “paga as pensões”, são os contribuintes que o fazem - melhor - existe um conjunto de contribuintes que paga e outro que recebe.

Assim, pergunta-se: com que "moral" se pode exigir a um grupo de cidadãos que terá uma pensão de 40% do seu vencimento (RGSS), que sustentem os “direitos adquiridos” de um outro grupo que continuará a receber 89% (CGA)? Será “moral” esta desigualdade de direitos entre cidadãos "iguais"? Será constitucional, a manutenção de um grupo de cidadãos de 1ª classe e outro de cidadãos de 2ª?!”


26 dezembro, 2013

A "realidade" mediática será Real?...


(uma breve interrupção no queijo da serra e pão de ló, para) Via Espectador interessado, partilhar mais uma evidência da escola de manipulação do jornalismo militante.


"Da intemporalidade da mistificação e frequente conivência dos media

No Figaro: A l'écran, le leader du parti de gauche semblait entouré d'une foule compacte de manifestants. La réalité est tout autre. (Tradução: "No écran, o líder do partido de esquerda [Jean-Luc Mélenchon] parecia envolto por uma multidão compacta de manifestantes. A realidade é [era] bem diferente"). Agradeçamos ao jornalista holandês Stefan de Vries a evidência fotográfica que proporcionou e que permitiu, por esta vez, recusar a "verdade a que temos direito".

Fotografia retirada daqui


 
Realmente, "há imagens que valem por 1000 palavras" 
 
Lá, como ... (na linha disto, disto, disto...e mais disto.)
 
Boas Festas!
(srs. jornalistas incluídos...)

16 dezembro, 2013

Lesboa, capital dos serviços Vs Norte, berço de fazedores


“À boleia”, de um artigo de Henrique Raposo, prosseguimos com a temáticaDois países


e/ou
do conflito existente entre dois modelos de sociedade em Portugal 

e/ou
da predilecção da comunicação social pelo "Portugal que vive à mesa do Orçamento de Estado" em detrimento do enjeitado "Portugal silencioso".


 
"Quando os nossos magnatas gostavam de fazer coisas
...

"Quando entro na fábrica, sinto o tremer do chão, se as máquinas estão a trabalhar bem. Quando entro no banco não sinto nada".
 
Transmitida a Ricardo Espírito Santo, esta frase de Champalimaud devia estar afixada nos escritórios dos grandes grupos económicos portugueses, grupos que caíram na ladainha asséptica da terciarização, da deslocalização, a ladainha da sociedade sem trabalho mecânico e manual .
 
[...]
 
Quando pensa no conceito de empresário português, a maioria das pessoas tem a tendência para invocar os nomes dos Mello ou dos Espírito Santo. Este automatismo é injusto.
 
A base da nossa economia, a nossa tábua de salvação, continua a malha das pequenas empresas. Não têm apelidos com dois L, não são biografáveis, mas esta gente é o coração da nossa sociedade. É assim agora, foi assim no passado.
 
Nos anos 50 e 60, enquanto Champalimaud fazia fábricas em Moçambique, os pequenos empresários do norte iniciaram a sua integração europeia, exportando para os mercados europeus. Como se sabe, foi este caminho europeu que acabou por triunfar ainda durante o Estado Novo .
 
E, meio século depois, o orgulho made in Portugal continua nas mãos destas formiguinhas nortenhas e europeístas.
"
 
Recordemos, o maior dos desafios que se coloca a este País:
 
"- sabendo nós que a comunicação social desempenha um papel central na ascensão e queda dos sucessivos governos, será possível implementar as mudanças que Portugal precisa, e que passam essencialmente pelo corte nos recursos que sustentaram a riqueza gerada na capital nas últimas décadas, quando será precisamente esse grupo - que domina completamente a agenda mediática e a "opinião pública" - o mais atingido por essas medidas ?" 
 

11 dezembro, 2013

Exportações – a ponta do iceberg da “Narrativa”.


Em virtude da cegueira ideológica das redacções lusas, um dos assuntos onde é mais visível o seu deficiente e enviesado trabalho jornalístico, é o tópico exportações, nomeadamente, a forma como o seu desempenho vai sendo noticiado.


Há 1 ano atrás (final de 2012), na comunicação social, a execução do OE 2013 era uma ilusão em que apenas o governo acreditava. Exceptuando as previsões desses charlatões e no que dizia respeito a exportações – sector apontado pelo actual governo como o motor (a salvação…) da recuperação económica -, todos as “pessoas de bem” eram unânimes:



Outra mensagem recorrente para compor a narrativa, era aquela ideia de que o aumento das exportações que então se verificava, nada tinha a ver com alterações da nossa estrutura económica:
 
Em contraponto a esta narrativa, o OE 2013 elaborado pelos “lunáticos” que actualmente nos governam, estimava uma subida de 3,6% (previsões mais optimistas do que as avançadas por Bruxelas (2,7%), por exemplo).



Outubro de 2013:

Decorrido 1 ano (ao longo do qual o tema foi abordado, por exemplo, aqui e aqui), constata-se que as exportações vão fazendo o seu caminho… 
 
"Em termos trimestrais, os dados do INE revelam que as exportações aumentaram 4,6% no período terminado em Outubro"


Tal como sucede quando qualquer estimativa do governo falha, viram algum jornalista confrontar os autores das previsões de descalabro das exportações com o seu falhanço?...
 
Viram algum comentário em jeito de troça (tão vulgar e característico da “maneira de ser tuga”…) destinado e algum entre os numerosos comentadores “anti-austeridade” que desenhavam os cenários de descalabro e das piores catástrofes para o ano de 2013? Eram as exportações a cair, o desemprego nos 20%, o PIB entre -3% e -4%, o défice que iria ser de 8% ou 9%,...


Claro que não. Aliás, ler algumas notícias sobre o assunto “dá dó”...

“Apesar das exportações nacionais terem crescido apenas 4,2% em Outubro face ao mesmo mês do ano passado, em termos de valor o mês foi o segundo melhor de sempre…”

“Apenas”, diz o sr. jornalista…


A notícia, abordada pelas diversas redacções, é digna de leitura pois, pese embora as variadas chamadas a título sintonizadas com este tom de desapontamento, no seu corpo encontram-se alguns factos que contradizem as ideias inicialmete avançadas, por exemplo:

Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações aumentaram 5,5% e as importações diminuíram 0,1% em comparação com o terceiro trimestre de 2012. O saldo da balança comercial, com exclusão deste tipo de produtos, atingiu um excedente de 1,232 mil milhões de euros, a que correspondeu uma taxa de cobertura de 170,9%.”

O ouro e o “pitróleo” da Galp, estão a ver?....
NOTA: Onde o sr. jornalista escreveu 170,9%, deveria ser 70,9%. Enfim, gaffes... quem não as tem, não é?


Enfim, há boas notícias para uma vasta maioria de portugueses, que parecem ser más notícias para outros. E ainda há quem duvide que, dentro das nossas fronteiras, não existam 2 países. 





05 dezembro, 2013

Austeridade, a mãe de todos os males...


Já aqui abordamos a narrativa - todos os dias imposta aos portugueses – que atribui às famigeradas“políticas de austeridade”, toda e qualquer responsabilidade, pela crise e pelas (enormes) dificuldades que os portugueses têm de enfrentar.

A gestão “em prole” do sacrossanto Estado Social e do bendito Investimento Público, que até 2011 foi praticada, em nada contribuiu para isso... Aqui no blog também já demonstramos como em Portugal não se aplica a Lei da Causa e Efeito. Uma decisão hoje tomada, não tem implicações futuras!

Este post vem a propósito de um estudo do Eurostat sobre um dos assuntos mais relevantes do período que atravessámos:

Será que a austeridade está a ser aplicada de forma socialmente justa, i. e., de forma a proteger os mais pobres e desfavorecidos?
Vejamos o que a narrativa do espaço mediático, noz diz sobre isto: 
 

Pois... Mas, quando se constata que estes verdadeiros “crápulas”, estes "políticos de direita que querem destruir o estado social" conseguem, afinal, aplicar a famigerada austeridade sem aumentar o risco de pobreza - aliás, diminuindo esse risco -, o que diz isso dos políticos “bonzinhos” que todos os dias falam em nome dos mais pobres e desfavorecidos?...


05.12.13, Jornal de Negócios:

"Em 2012, a percentagem da população portuguesa em risco de pobreza após transferências sociais era de 17,9%, igual à proporção observada em 2010 e 2009, mas marginalmente inferior aos 18% apurados em 2011."