21 maio, 2014

Da "esquerda sensivel e boazinha"...




Quem fala assim, é dirigente do mesmo partido que conduziu Portugal a 3 bancarrotas em pouco mais de 3 décadas. Notar ainda que,  com assinalável dose de autoridade, se permite falar assim dos políticos dos partidos que, sistematicamente, ficam com a tarefa de cumprir as contrapartidas dos empréstimos pedidos ao FMI (78/79, 83/84 e 2011 )...
Desfecho óbvio em função da "democracia adulta" que somos: o "povo" prepara-se para lhes dar uma vitória nas urnas!
Portugal, é isto... um País que não tem, nem memória, nem respeito por si próprio.
 

14 maio, 2014

Técnicas de guerrilha mediática


Lança-se uma notícia como se de um facto consumado se tratasse…

 
Dois dias depois constata-se que, afinal, não era bem assim... mas a notícia nem chega à capa do mesmo jornal que antes optou por "lançar a bomba". Temo de recorrer a outras fontes...

 
"...Para nós [governo], é fundamental que a proteção dos trabalhadores durante esse período da caducidade e da sobrevivência dos contratos coletivos continue a existir..."

Se vivêssemos num país maduro e responsável, assim que os factos viessem desmentir as “notícias” avançadas pelo jornalismo de intriga, seria de esperar que os órgãos de comunicação social se retratassem“lembram-se da nossa notícia de há 2 dias atrás? Esqueçam, afinal não era bem assim…”; “…enganámo-nos.”; “… era uma aldrabice.“.

No entanto - e como por aqui repetidamente se denuncia -, sendo o jornalismo português a “verdadeira oposição, essa não é uma opção e o jornalismo militante dificilmente abdicará de continuar a “cavar” este tipo de “notícias”.
 
É uma técnica de "guerrilha ideológica" demasiado útil… É muito fácil fazer capas e manchetes com base nuns boatos ouvidos (inventados?...) na redação: “O Governo está a estudar cortes adicionais”; “O governo pondera atualizar as taxas moderadoras…” (ou “O governo pondera sacrifícios humanos!”, porque não?...). Rapidamente, na agenda mediática, essas “notícias” são difundidas e pelo menos até ao desmentido (sejam umas horas apenas ou 2 / 3 dias), está garantida uma boa dose de intoxicação da opinião pública

Quando se constata que, afinal, as medidas a tomar são diferentes daquelas que a comunicação social tão diligentemente deu conhecimento aos cidadãos, arruma-se o assunto com um simples “O Governo recuou…”. (e umas horas ou uns dias depois, outra qualquer sacanice do “governo de direita” aparece...)

E esta técnica é usada nos mais variados temas (cortes nas pensões, na educação, na saúde, etc…). Aliás, basta consultar ir ao Google e pesquisar “governo recuo” para perceber que o governo passa a vida a recuar nos mais variados assuntos… 

 
 
 
 
 
 
 


Caro leitor, não há razão para alarme! Tem razão para desconfiar do político, do vizinho, do familiar, quanto às notícias que a comunicação social anuncia diariamente, essas, são sempre rigorosas e verdadeiras!

Não pense pela sua cabeça,
deixe que os jornalistas o façam por si!


09 maio, 2014

RTP, diz que é seviço público...


 
 

"Portugal importou, no primeiro trimestre de 2014, três vezes mais bens do que aqueles que vendeu ao exterior, com as importações a aumentarem 6% e as exportações a cresceram apenas 1,7% em termos homólogos."

Há títulos que são um autêntico hino à ignorância e denotam bem o desconhecimento grosseiro de muitos jornalistas em relação aos mais básicos conhecimentos de matemática (por ex., trocar mil milhões por um milhão, e vice-versa, é tão vulgar...). Se nem a matemática elementar conhecem, como podem informar os cidadãos sobre qualquer matéria que envolva números, indicadores económicos, etc.?

Imagine o leitor se, a partir destes dados, fosse um ministro a retirar tal conclusão: seria ridicularizado durante dias a fio!...

Curiosamente, nos meses em que a taxa de aumento das exportações foi o triplo ou o quádruplo da taxa das importações, não consta que a RTP tenha publicado notícias a afirmar “Portugal exportou três vezes mais do que importou”. 

Obviamente, tal título seria uma imbecilidade semelhante à notícia em cima. No entanto, isso demonstra que estas manchetes não resultam apenas de desconhecimento, mas de um misto de ignorância e má-fé do jornalismo no tratamento noticioso, já que, frequentemente, a análise objetiva da informação é preterida em favor de uma mensagem que traduz antes a convicção e tendência política do autor da peça jornalística, invariavelmente, de oposição ao atual governo "fassista". (recordar O “wishful thinking” das redacções VS o País Real).  


Última hora:
Agência Moody's sobe o rating de Portugal
"Pela primeira vez desde 1998, a agência de notação financeira Moody's subiu o rating da dívida portuguesa."
 
Ui!... A azia que deve andar em algumas redações...
  

 

06 maio, 2014

Jornalismo com isenção. Esse é o direito humano que está em vias de desaparecer...



"O ex-Presidente da República Mário Soares considerou, esta segunda-feira, que «neste momento não há direitos humanos em Portugal», porque o Governo tem pensado apenas em «dinheiro e mercados» e «nunca falou com o povo».
...
A «grande maioria do povo não tem dinheiro para comer e os seus filhos vão ao caixote do lixo», acrescentou o antigo chefe de Estado, que citou o papa Francisco para referir que a «austeridade mata»."

Soares continua igual a si mesmo, em cada momento afirma o que mais lhe convém. Miserável, é o papel do "jornalismo"(?) que se limita a amplificar cada anúncio de "sua alteza republicana".
 
Note-se, que o jornalismo que se revela tão atento e implacável com as “contradições” de alguns atores políticos, é o mesmo que se mostra completamente cooperante e cúmplice, daqueles que vão dizendo coisas alinhadas com a ideologia reinante nas redações…


Basta recuar ao último governo de Sócrates, episódio já abordado neste post, e o que tinha o Sr. Soares a dizer sobre o efeito das “políticas de austeridade”?

“Fui capaz [em 83] de retirar o 13º mês! Eu fiz isso porque era indispensável fazer! E foi isso que deu o boom, que veio a seguir, nos governos quando entramos para a Europa!…”

Ou seja, se for de “esquerda” a austeridade é expansionista! A propósito da sua visão recente  dos "direitos humanos", não deixa de ser interessante esta frase da mesma intervenção:

“Comecem a fazer greves, a pedir mundos e fundos – que não podem ter, ninguém lhes pode prometer -, que vamos parar… olhe, vocês vão ver onde é…”
Enfim, vá lá saber-se o porquê, de não recordarem os telejornais, estas afirmações... Deixem o PS voltar ao poder (1 ano, mais coisa, menos coisa...) que, rapidamente, Soares voltará a mostrar a sua faceta “austeritária-friendly” e os srs. jornalistas andarão mais conformados com a vidinha...


Com jornalismo assim, quem precisa de censura?…


Link para o vídeo das declarações do Dr. Soares.