03 dezembro, 2012

Parece que o mundo não vai terminar, mas o fim da gratuitidade no Ensino é o começo!


Nos últimos dias, a propósito das declarações de PPC sobre a “refundação do estado” (nebuloso termo…), designadamente, os novos cortes na área da educação, levou as redacções a fabricar uma nova “polémica”: o suposto fim da gratuitidade no ensino obrigatório. 

Sem que ninguém do Governo tenha avançado tais medidas, tudo os Srs. Jornalistas foram escrevendo, desde co-pagamentos, à criação de propinas para ciclos de ensino que hoje fazem parte do ensino obrigatório e são gratuitos.

Na imprensa, na tv, no habitual tom alarmista pontuado pela palavra “anti constitucionalidade” a cada 17 segundos, a mensagem sugerida é mais ou menos esta: não existe outra alternativa que não seja sobrecarregar (ainda mais) os cidadãos portugueses e que estamos perante (mais um) “retrocesso social”.

 
Mas será mesmo assim? Será que na área da Educação não existe desperdício que pode, e deve, ser combatido em nome (precisamente) da salvaguarda dos contribuintes portugueses? Por exemplo, alguém saberá dizer, quantos milhares de professores trabalham: 
 
     - na sede do Ministério da Educação (ME)?    
     - nas Direcções Regionais da Educação?   
    - nos Observatórios, Gabinetes, Projectos, nas “unidades orgânicas flexíveis” (!?!?) e outras estruturas?
     - e quantos professores têm horário “zero”?
 
Alguém saberá dizer, quantos milhares de professores trabalham “na Educação” mas cuja função não é ensinar? Quantos estão convertidos em burocratas, ocupados unicamente com funções administrativas, que apenas contribuem para sobrecarregar, desmotivar os professores que têm a missão de ensinar alunos com papéis, procedimentos, formulários, etc.

Se a comunicação social se interessasse por investigar e desvendar esta estrutura “monstruosa” do ME e como são absorvidos os seus recursos, se tivesse a preocupação de informar e de dar a conhecer a resposta a algumas das questões acima, talvez ficasse claro que, afinal, talvez seja possível cortar significativamente na área da educação sem prejudicar o ensino e os alunos.

Aliás, os cortes, se aplicados nos locais certos, talvez permitissem aos professores que trabalham nas escolas - muitos deles verdadeiros heróis – centrarem-se mais na tarefa de ensinar que no preenchimento de papéis. É claro que isso implica “mexer no queijo de alguém”…

NOTA: Alguém perante esta notícia: "Oeiras tem 163 jardineiros para seis hectares", sentir-se-ia satisfeito, acharia normal, se a resposta fosse "temos jardineiros a mais pois são jardineiros com horário zero"?!
 

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