13 dezembro, 2012

O maior défice em Portugal é a falta de memória.


Curiosa, esta preocupação recente dos socialistas, secundados pelo habitual jornalismo militante, a propósito da urgência e da necessidade imperiosa de Portugal pagar menos juros pelos empréstimos contraídos.

Como se, desde 2000 até 2011, a política portuguesa não tivesse sido caracterizada, precisamente, entre:
     - a “direita” e “centro-direita”, cuja mensagem fundamental era: no futuro não haveria dinheiro para pagar a dívida que se ia acumulando em virtude das políticas socialistas, bem como os juros decorrentes da mesma;

     - a “esquerda” e o PS, que agora, apregoa a absoluta necessidade de pagar menos juros, depois de uma década a “assobiar para o lado” e a responder aos que alertavam para o caminho que estava a ser trilhado, com tiradas célebres como o “há vida para além do défice”, que “o importante não eram os números eram as pessoas” e que era necessário mais “investimento público” para fomentar o “crescimento económico”…

E nesse período, qual foi o papel da comunicação social? Será que cumpriu as suas obrigações na missão de informar os portugueses para as consequências das opções então tomadas?

E hoje? Quando, os mesmos que durante décadas cavaram esta dívida e estes juros, que nós contribuintes temos de pagar, aparecem nos telejornais e na imprensa, com o ar mais descomprometido do mundo, a falarem na redução do pagamento de juros para “aliviar os sacrifícios dos portugueses”, será que os jornalistas prestam um bom serviço à sociedade sendo cúmplices do encobrimento da responsabilidade destes Srs?

Definitivamente, o maior défice em Portugal é o de memória!

Um desabafo… tento educar os meus filhos no princípio que as nossas acções de hoje terão consequências no futuro e, por isso, devemos ponderar bem os prós e contras envolvidos nessas decisões. Mas às vezes, lendo jornais, vendo televisão, fico com a sensação que este meu método está muito desactualizado…