01 agosto, 2013

Ainda os swap...

 
Vagueando pela blogosfera, deparei-me com um post interessantíssimo sobre o assunto no "Os Comediantes". A partir de dados oficiais (que abrangem diversas empresas públicas) e analisando a relação entre valor dos contratos swap Vs as suas perdas potenciais, podemos ter - por oposição ao ruído e intriga que a comunicação social tem cultivado neste assunto - mais alguma informação sobre a questão essencial neste processo: o que separa um contrato swap "normal" de um contrato swap "especulativo". 
 

"Rio para não chorar



O quadro é tirado daqui. O que vos chama particularmente a atenção? A mim, mas se calhar é só a mim, chama-me especial atenção o valor dos contratos celebrados pela metro do Porto e as suas perdas potenciais (os do STCP também são particularmente interessantes: as perdas potenciais são "apenas" o dobro do valor dos contratos). Não é por isso surpreendente que seja nesta empresa que se encontravam alguns dos contratos swaps altamente especulativos que foram assinados por gente irresponsável e que ditaram o seu afastamento do Governo (nota: que existam perdas potenciais em quase todas as empresas, dada a evolução dos juros, é normal, e diga-se que os swaps, ao contrário do que leio e oiço, não são um instrumento de obtenção de lucros: dito isto, olhem para o rácio valor dos contratos/perdas potenciais feitos pela Refer, por onde passou Maria Luís Albuquerque, e talvez fiquem com uma ideia das responsabilidades dela).
 
Feito este enquadramento, na RTP, acabo de ouvir Rui Rio a malhar forte e feio na ministra Maria Luís Albuquerque e é impossível dissociar isso do afastamento do engenheiro Juvenal Silva Peneda do Governo (sim, é irmão do outro), sendo que este partilhou com Rio presença no Conselho de Administração da Metro do Porto (e também passou pela STCP). Rio, aprendendo com Daniel Oliveira, acrescentou mesmo que Maria Luís está ligada a swaps em tudo iguais aos associados ao engenheiro Juvenal Peneda. Então não está, é que é só olhar para o gráfico."