A figura do Cónego Melo, pouco me dizia até há 2 dias atrás. Suponho que para uma boa parte da população também (principalmente para aqueles que, como eu, ainda não chegaram aos “entas”).
“Fascista” e “assassino” foram as palavras inscritas com tinta vermelha na base da estátua.
O que parece incompreensível, em pleno Sec XXI, é como esta malta do bloco e do pcp - a não ser por puro facciosismo -, ainda conseguem, por um lado, admirar alguém que assassinou milhões em nome de uma ideologia, mas, por outro, ficarem muito indignados, com este ou aquele, porque "apoiou um regime fascista".
Pessoalmente, sem entrar em campeonatos de quem foi o ditador mais assassino, nem acho que faça muito sentido distinguir "esquerda" ou "direita" nisto de ditaduras - ou é democrata ou não é - mas a "pseudo-elite" intelectual lusa, nomeadamente, as redacções e o jornalismo, é tão branda com as manisfestações de extremismo caso estas tenham rótulo de "esquerda"... (só em Portugal é que um "comunista" não é visto com o contra-ponto do "fascista". A este propósito, revisitar, o "Sebastianismo Abrilista").
Pelos vistos, o Cónego Melo colaborou em movimentos “extremistas” nos anos 70. Mas, quantos comunistas e elementos da extrema-esquerda, fizeram exactamente o mesmo?!
O caso de Álvaro Cunhal, por exemplo, mesmo “descontando” (pela distância temporal) o seu apoio a uma figura como Estaline e o seu regime sanguinário, como é possível falar do líder histórico do PC português como alguém que “lutou pela liberdade”, que “lutou pela democracia”, e ignorar - apenas 6 anos antes do 25 e Abril - o seu apoio declarado ao regime soviético na sangrenta invasão de Praga?!
NOTA: Um assunto que gostava ver discutido em Portugal, porque existe uma mistificação completa em torno da imagem de Cunhal e dos comunistas, na nossa história recente, era a reformulação dos conteúdos e do que se ensina aos nossos filhos nos livrinhos de história no sistema de ensino…
Em resumo, pelas suas posições e percurso, quem terá sido mais “extremista” e inimigo dos valores da liberdade e democracia, o Cónego Melo ou Álvaro Cunhal?
Enfim, dos grafitis com insultos vários e o inevitável "fassista!", provavelmente, estes "defensores da liberdade" seguiram para a inauguração de uma nova Rua ou Avenida, a comemorar algum admirador confesso de Lenine, Estaline, Mao, etc...
Estes episódios, são reveladores de como o radicalismo ideológico pode sobrepor-se a valores que são muito mais importantes e universais que qualquer convicção política. Este ódio incutido nas pessoas – e isto aplica-se à “extrema-esquerda” e à “extrema-direita”- é assustador, “cega-as”, fazem lembrar aqueles massacres por razões étnicas em alguns países africanos.
O caso de Álvaro Cunhal, por exemplo, mesmo “descontando” (pela distância temporal) o seu apoio a uma figura como Estaline e o seu regime sanguinário, como é possível falar do líder histórico do PC português como alguém que “lutou pela liberdade”, que “lutou pela democracia”, e ignorar - apenas 6 anos antes do 25 e Abril - o seu apoio declarado ao regime soviético na sangrenta invasão de Praga?!
NOTA: Um assunto que gostava ver discutido em Portugal, porque existe uma mistificação completa em torno da imagem de Cunhal e dos comunistas, na nossa história recente, era a reformulação dos conteúdos e do que se ensina aos nossos filhos nos livrinhos de história no sistema de ensino…
Em resumo, pelas suas posições e percurso, quem terá sido mais “extremista” e inimigo dos valores da liberdade e democracia, o Cónego Melo ou Álvaro Cunhal?
Enfim, dos grafitis com insultos vários e o inevitável "fassista!", provavelmente, estes "defensores da liberdade" seguiram para a inauguração de uma nova Rua ou Avenida, a comemorar algum admirador confesso de Lenine, Estaline, Mao, etc...
Estes episódios, são reveladores de como o radicalismo ideológico pode sobrepor-se a valores que são muito mais importantes e universais que qualquer convicção política. Este ódio incutido nas pessoas – e isto aplica-se à “extrema-esquerda” e à “extrema-direita”- é assustador, “cega-as”, fazem lembrar aqueles massacres por razões étnicas em alguns países africanos.