20 julho, 2013

Por onde andaram os “que se lixe a troika” por estes dias?...


Porque era importante um acordo que envolvesse o PS?

Essencialmente, porque, sem esse posicionamento e compromisso, o "ambiente prec" segue dentro de momentos…

É sintomático que, durante a realização das 9 reuniões do “compromisso de salvação nacional”, não tenha existido uma manifestação sequer dos “que se lixe a troika” (e outros), à porta dos locais onde decorriam as “negociações”.

Porque não se debruçam os comentadores da nossa praça sobre este “pormenor”? Note, para um movimento que se afirma “anti-troika”, poderia existir evento que justificasse maior  mobilização que estas reuniões?... 

Este facto, por si só, prova como a grande maioria das manifestações “anti-troika” são altamente politizadas (em vez do carácter mais abranhente que a comunicação social normalmente lhes cnfere). Bastou os socialistas estarem presentes nestas reuniões, que a turba, em vez dos habituais raids de contestação e indignação, optou por ficar em casa. 
Nota: Uma explicação alternativa para a “ausência” da malta jovem manifestante, também pode ser o Optimus Alive e outros festivais de verão… 

Como por diversas vezes já se abordou aqui no blog, a sociedade portuguesa ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de maturidade cívica e democrática. Largas franjas da população ainda fazem as suas opções, não pela substância das matérias em discussão, mas em virtude dos rótulos ou da posição da sua tribo. O que define os movimentos “anti-troika”, é a sua matriz “anti-direita”, bastou lá estarem uns indivíduos “de esquerda” e a manifestação não aconteceu.

Obviamente, existiram manifestações de carácter transversal e nacional, mas não é dessas que aqui se fala (e que se resumiram a 2 nos últimos 2 anos). Refiro-me aquele ruído e ambiente de agitação, que, em alguns períodos é quase diário. Embora esse clima se resuma apenas à capital, como domina a abertura de qualquer telejornal e faz os destaques de rádio e imprensa nacionais, constitui o rastilho para um clima social de constante agitação que perturba qualquer processo de transformação que seja necessário fazer em Portugal… E isto também se explica porque, é o modelo de desenvolvimento da capital (o “País à mesa do Orçamento de Estado”, que aqui já falamos), o mais ameaçado pela mudança de paradigma que Portugal atravessa.

Era importante um acordo que envolvesse o PS, porque o efeito aqui descrito para os manifestantes “anti-troika” também se aplica aqueles jornalistas militantes da nossa comunicação social.

Um dia depois das declarações de Seguro, note-se que as redacções nem se interessam em conhecer, em função da real situação do País, proposta a proposta, quais as posições de cada partido, e qual o motivo de não ser possível o tal acordo. Não, para os cidadão o soundbyte de o PS “ser contra a austeridade” é suficiente (não convém beliscar a narrativa com a realidade…). As perguntas nos directos e reportagens, já se focam apenas no "que irá o Presidente agora fazer?": eleições antecipadas ou outra solução, da sua iniciativa, mas que “contorna” a realização de eleições já?

A turba aguarda. O "ambiente prec" segue dentro de momentos… 
 
 
P.S.:
Pessoalmente, gostaria de eleições já… poucas coisas seriam mais divertidas do que ver Seguro a anunciar medidas de austeridade e os cortes que um orçamento socialista consagrariam para 2014.

Sim eu si, eleições já, seria a pior solução para o País. Mas, que diferença faz, alguém ainda acredita que este País tem salvação?!