Imagine, por ex., Miguel Relvas, A. João Jardim, ou alguma figura política ligada à “direita”, ser, em virtude de uma decisão judicial, obrigado a revelar documentos alusivos à adjudicação de contratos públicos efectuados sob a sua gestão, mas recusarem-se a fazê-lo.
Não é difícil imaginar a onda de indignação na comunicação social que se seguiria…
Agora imagine, que a informação em causa descrevia falhas nas práticas de contratação de empreitadas, nomeadamente, a abundância de ajustes directos face a um pequeno número de concursos públicos.
Com esta matéria, já estaríamos com reportagens nos telejornais que não deixariam de nos dar conta das suspeitas de tais práticas, da falta de transparência e opacidade, das relações com a empresa A e a empresa B…
Imagine ainda que, em vez de cumprir essa determinação judicial, esse político se recusava a divulgar a documentação em causa e tivesse o desplante de recorrer da decisão, alegando que essa informação não deve ser sujeita a escrutínio público…
Acha que algum telejornal, alguma manchete ou noticiário, pouparia o autor desta prática e deixaria a "opinião pública" sem conhecimenento de semelhante conduta? E se esse político estivesse envolvido em alguma campanha eleitoral - quais seriam as consequências de tal polémica sobre a sua capacidade para desempenhar algum cargo público?...
Agora, pare de imaginar e tente perceber por que motivo – a não ser pelo duplo critério do nosso jornalismo - políticos como António Costa, poderem envolver-se numa “trapalhada” como a acima descrita, mas verem a sua conduta passar despercebida na “opinião pública” e sair incólumes perante o escrutínio da (tantas vezes) implacável comunicação social …
NOTA: Já não é a 1ª, nem 2ª vez, que António Costa é “visado” aqui no blog. Apenas clarificar que nada pessoal se trata, nem o autor deste blog é de Lisboa sequer…
Essa circunstância decorre apenas de António Costa ser o óptimo exemplo do duplo critério do jornalismo português, para o qual parecem existir dois tipos políticos: os de “direita” que, normalmente, são “culpados até prova em contrário”, e os outros...
Enfim, são os “filhos e enteados da comunicação social”.
Essa circunstância decorre apenas de António Costa ser o óptimo exemplo do duplo critério do jornalismo português, para o qual parecem existir dois tipos políticos: os de “direita” que, normalmente, são “culpados até prova em contrário”, e os outros...
Enfim, são os “filhos e enteados da comunicação social”.