Não deixam de ser curiosos e inconsistentes, os argumentos daqueles que diminuem o sucesso da ida aos mercados dizendo coisas como estas: "só lá fomos
contrair mais dívida para pagar no futuro" ou mesmo comentários do calibre de “como podemos estar contentes por ver um
toxicodependente voltar a consumir droga?! ”...
Este tipo de raciocínio só pode
resultar de má fé ou... desinformação (as usual...)! Meus senhores, Portugal, mesmo que a partir de hoje
tivessem défice "0", teria e terá, SEMPRE que ir aos mercados em
função da dívida que foi contraída anteriormente! Aqui, poderão consultar o calendário de amortização da dívida portuguesa prevista nos próximos anos.
A situação merecerá festejo?
Atendendo à situação do País e dos
portugueses, que permanece muito complicada, Não.
Mas! Portugal estava a meio de
uma ponte, a grande questão era saber se iriamos para o "lado grego"
(o lado condenado...) ou se atravessaríamos para o "lado irlandês". O
êxito da operação, em função grande e diversificada procura, é um forte indício
que a dívida portuguesa (ao contrário da grega) poderá ser financiável em
condições de mercado.
Assim, considerando que sem
este requisito (do financiamento da dívida) não existiria salvação possível e porque
se trata da primeira boa notícia desde que Sócrates e a sua pandilha nos
meteram nesta situação, só o RESSABIAMENTO daqueles que torcem para que a
estratégia de Passos & Gaspar falhe, pode explicar o incómodo e a azia nas criticas
lançadas a quem sente que este acontecimento merece festejo.
Ainda há 1 ano atrás, recorde-se,Portugal ocupava o 2º lugar no ranking dos países em risco de incumprimento e
muitos, nomeadamente aqueles comentadores e jornalistas da “situação”,
vaticinavam que apenas meia dúzia de meses nos separavam da Grécia.
Impactos na “vida real” – Sector
Privado
Outro aspecto positivo da operação reside na expectativa de que a banca comercial
volte a ter acesso aos "tais" mercados. O Memorando da Troika, negociado pelo PS,
não previa a necessidade de financiamento do sector empresarial do Estado. Os
78.000 M Euros eram curtos…
Os bancos nacionais, para além da
escassez de recursos continuaram a direccionar o crédito para ao Estado (em vez
das empresas e cidadãos), pois este estava completamente falido! Sem esses
empréstimos, muitas empresas públicas não teriam dinheiro para pagar salários
(Refer, C, RTP, etc…).
O acesso aos mercados pela banca
poderá ser desbloqueado e, gradualmente, financiamento poderá chegar às
empresas e cidadãos em melhores condições, designadamente, spreads e taxas de
juro mais baixas (por ex., enquanto os spreads actualmente em vigor para o crédito à habitação não baixerem, o sector imobiliário dificilmente recuperará...).
Impactos na “vida real” – Sector
Público
Agora, o sucesso desta operação não invalida
a necessidade IMPERIOSA do Estado continuar a emagrecer, temos de equilibrar
receitas e despesas para não voltarmos a "cair nas mãos" dos
credores.
Pensar que isto significa o fim
dos sacrifícios, só dará em desilusão. Convém agora que os habituais
comentadores e jornalistas manhosos não confundam as coisas...
Para finalizar, em relação aos comentários citados no início do texto daqueles que vêm como negativa esta ida aos mercados, só me ocorre uma questão: