Erros do concurso de colocação de professores:
“o MEC terá cometido "um erro informático" que levou a uma ordenação incorreta dos docentes que esta segunda-feira começam a chegar às escolas.”
“O ministro da Educação não tem até agora indicações de que a colocação de professores através de um novo mecanismo de concurso - a bolsa de contratação de escola - esteja a ser feita de forma incorreta.”
O colapso da plataforma informática Citius:
"A responsabilidade política assumo-a integramente", declarou Paula Teixeira da Cruz, garantindo que tinha recebido informações de que a 01 de setembro, data da entrada em vigor do novo mapa judiciário, o Citius estaria em condições de funcionar em pleno.”
“O presidente do Instituto Nacional de Engenharia e Sistemas de Computadores (INESC), José Tribolet comentou a situação caótica da plataforma informática, Citius e garantiu que os responsáveis são "analfabetos" no que toca ao sistema, conta a Renascença.”
Recordar o que aqui no blog tem sido dito sobre a necessidade de reformar o “monstro”, isto é, a administração cada vez mais pesada e mais centralizada do Estado…
“… se há algo que une ps e psd, é a defesa deste regime que assenta na profusão de organismos (ministérios, secretarias de estado, direções gerais, secretarias gerais, institutos e empresas públicas, comissões, gabinetes de estudos, etc., todos instalados na capital), legitimados por decreto e onde milhares e milhares de burocratas se acotovelam, convictos, que é graças ao seu papel que escolas, centros de saúde, tribunais e outros serviços públicos espalhados pelo país funcionam…
Pessoalmente, até discordo daquela crítica habitual: “O Ministro decidiu sem ouvir ninguém”. Suspeito que o nível de concentração de poder atingiu tal ponto que, muito provavelmente, qualquer Ministro ou Secretário de Estado, até ouve dezenas de organismos (os tais anteriormente referidos), mas, se todas essas entidades se encontram em Lisboa, e é apenas essa realidade (do topo da pirâmide) que conhecem, como podem ponderar o ponto de vista de quem “está no terreno”?...
Nas décadas recentes, a crescente centralização dos serviços do Estado, a par da profusão de organismos cuja estrutura foi capturada pelas clientelas partidárias (muitos deles sindicalizados...), levou a que os funcionários técnicos (sabem fazer) fossem sendo progressivamente subalternizados, e até substituídos, por funcionários políticos (sabem despachar).
Atualmente, sabendo nós que as cúpulas de tantos (não todos) desses serviços se encontram sob a liderança de quem não "sabe fazer" e de quem não conhece "o terreno", em vez de espanto (que dá lugar a indignação) pelos erros que vão sendo conhecidos na área da justiça ou na educação, a verdadeira admiração é constatar como é possível que, ainda assim, tantas coisas corram bem...
Ou, então, como constantemente se vê referido na agenda mediática, podemos convencer-nos que a culpa da inoperância e incompetência que caracteriza alguns dos nossos serviços públicos é exclusivamente do ministro incumbente.