Excelente texto e reflexão, de Henrique Monteiro. Um dos grandes! (raros, raros…)
"Há uns tempos tive oportunidade de dizer a um responsável governamental o que penso sinceramente sobre esses fundos. É que, ao invés de serem gastos, como foram, basicamente em infraestruturas (as quais na primeira vaga eram indispensáveis, na segunda discutíveis e, na terceira, dispensáveis), devem ser aplicados em dois vetores essenciais: um, é a investigação científica e conhecimento aplicado, envolvendo universidades, escolas profissionais e empresas viradas para a criação de valor acrescentado a produtos que nos devem distinguir no mercado internacional; outra, que aliás decorre do espírito dos próprios fundos, é com esta estratégia ajudar a reequilibrar o país e a combater a desertificação do interior.
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Mais do que o confronto “esquerda” vs “direita”, “liberais” vs “progressistas” ou “liberais” vs “conservadores” - rótulos que dominam o tratamento mediático reservado aos assuntos políticos - as mudanças a implementar no País não avançam por questões ideológicas, mas pelo que as reformas representam de ameaça ao establishment da capital…vulgo, centralismo.