25 outubro, 2013

"Orçamento do Partido Socialista". Um ensaio.


Convido os leitores do “Jornalismo Assim“ a lerem este divertido post no “Macambúzio”.

NOTA: Depois de ler isto, fica uma interrogação: como é possível que, sem ser em registo humorístico, alguns políticos tenham este discurso, façam este tipo de afirmações e tantos portugueses (designadamente os srs. Jornalistas e comentadores que, por definição, são pessoas cultas e informadas…), os levem a sério em vez de se desmanchem a rir?!

"Orçamento do Partido Socialista

Proposta de orçamento

Camaradas e camaradas, o governo é incapaz e compete-nos apresentar um orçamento exequível e justo, um orçamento que permita apostar no crescimento, um orçamento sustentável, com preocupações sociais, fomentador da equidade e justiça social, um orçamento que enalteça as portuguesas e os portugueses, as camaradas e os camaradas, as justas e os justos, para uma fraternidade entre concidadãos libertadora das amarras da austeridade.

As linhas mestre do nosso orçamento, que o governo rejeitará na sua senda de destruição do país, assenta em três pilares:
  1. Crescimento;
  2. Aumento do PIB;
  3. Diminuição da pobreza.
Para o Crescimento propomos a aposta no aumento do PIB. Só com o aumento do PIB é possível a diminuição da pobreza, pobreza esta que se reduz com o crescimento, que permite o aumento do PIB, para a diminuição da pobreza.

Propomos a mutualização permanente e irrevogável de todas as dívidas, públicas e privadas, superiores a 60% do PIB ou rendimento líquido das empresas e portuguesas e portugueses.

Propomos o investimento público em áreas comprovadamente reprodutivas, nomeadamente a realização dos Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, uma rede de transportes amigos do ambiente sob forma de hovercrafts e hovercraft-vias em todas as cidades.

Propomos a requalificação urbana, decretando que todos os proprietários são obrigados a fazer obras e pintar as casas de rosa, com crédito bonificado e suspensão da lei de arrendamento neoliberal, criando bonificações para desempregados, carenciados, expropriados, abastados, deficientes e ideólogos.
 
Para o aumento do PIB propomos a diminuição da austeridade.
 
Para a redução da pobreza propomos o aumento do PIB.
 
Pretendemos manter um rácio PIB/dívida em permanente redução, de forma a assegurar que os défices são controláveis, e, para o efeito, pretendemos criar uma agência de rating portuguesa, capaz de compreender as especificidades do país e do projecto que o Partido Socialista tem para todas as portuguesas e portugueses.
Camaradas e camaradas, o tempo é hoje. A mudança impera. O clima, ameno. A chuva neoliberal, nos seus ciclos de estações, criam antagonismo ao crescimento permanente, crescimento que só o Partido Socialista pode alcançar, como sempre fez, com a responsabilidade e determinismo que a mudança aleatória das forças de mercado não permite.
 
Em termos de números, propomos o orçamento de 2009 com as quantias ajustadas à inflação neoliberal, nomeadamente a duplicação de recursos alocados aos diversos ministérios, que também duplicaremos, para colmatar a contratação colectiva de mais 1.500.000 funcionários públicos, por concurso, justo, ponderado, avaliado por comissão independente, a nomear pelo governo.
O futuro é hoje, já a seguir ao presente. O passado foi futuro de um presente ainda mais passado.
 
Avança Portugal! Avança Portugal! Avança Portugal!"