Ainda sobre o papel da comunicação social, nomeadamente, a sua falta de isenção e sistemática “campanha de doutrinação” da população com os seus próprios valores…
Eis mais um caso (que na altura me passou despercebido…) onde fica mais uma vez demonstrado que, graças ao critério jornalístico, uma manifestação com oito ou nove pessoas, pode transformar-se em algo mais relevante e visível, que outra com milhares:
Eis mais um caso (que na altura me passou despercebido…) onde fica mais uma vez demonstrado que, graças ao critério jornalístico, uma manifestação com oito ou nove pessoas, pode transformar-se em algo mais relevante e visível, que outra com milhares:
(blog, Avenida da Liberdade)
"O regresso da Censura
Hoje, estive na Caminhada pela Vida, organizada em apoio da Iniciativa de Cidadania Europeia UM DE NÓS. Vi, portanto, com os meus olhos. Ninguém me contou. Vi.
Entre o Marquês de Pombal e o Rossio, em
Lisboa, desfilaram mil a duas mil pessoas. [...] O ambiente foi de festa e alegria, com
muitos, muitos jovens a participar. Houve um pequeno comício no final, no
Rossio. As imagens falam por si.
E, amanhã, domingo, 6 de Outubro, decorre em
todo o país o dia nacional de recolha de assinaturas na petição UM DE NÓS, como
aí foi anunciado e promovido.
Estive a ver o Telejornal da RTP-1. Nem
uma notícia, nem um segundo de atenção.
Fui espreitando o que se passaria no Jornal da Noite da SIC e no Jornal das 8 da TVI. Idem. Confirmei, depois, com amigos. Nem um segundo. Nada.
Fui espreitando o que se passaria no Jornal da Noite da SIC e no Jornal das 8 da TVI. Idem. Confirmei, depois, com amigos. Nem um segundo. Nada.
Silêncio. Omissão. Ocultação. Censura. Para
quem se informa pela televisão, nada aconteceu.
Receio que, na imprensa, o mesmo irá acontecer. A agência Lusa fez uma notícia pelos mínimos, tendo deflaccionado os participantes para 500 pessoas, número que depois é replicado por todos os outros. Ainda assim, obrigado, Lusa! Pois quase que aposto que nem essa notícia sairá em qualquer jornal. Apenas a RR - Rádio Renascença lá esteve e tem reportado alguma coisa. No mais, é o férreo império da Censura.
Receio que, na imprensa, o mesmo irá acontecer. A agência Lusa fez uma notícia pelos mínimos, tendo deflaccionado os participantes para 500 pessoas, número que depois é replicado por todos os outros. Ainda assim, obrigado, Lusa! Pois quase que aposto que nem essa notícia sairá em qualquer jornal. Apenas a RR - Rádio Renascença lá esteve e tem reportado alguma coisa. No mais, é o férreo império da Censura.
E, todavia, vi nos telejornais:
- Longas reportagens sobre a "manifestação" e provocações do movimento Que Se Lixe a Troika, que, na Praça do Município, não juntou mais de 20 pessoas! (Também o vi com os meus olhos, pois também lá estive, de manhã, nas cerimónias do 5 de Outubro, onde isto aconteceu.)
- A reportagem de uma manifestação "com 100 pessoas" em homenagem aos bombeiros, que se desenrolou do Marquês de Pombal para a Assembleia da República. (Esta homenagem é mais do que devida e ainda bem que a manifestação foi coberta. Aliás, também apoio a indignação pela muito baixa participação nesta outra manifestação, merecidíssima, mas que pouca divulgação tivera.)"
Esta "censura por omissão" de uma manifestação com milhares de pessoas, enquanto de dá relevo e visibilidade a outra com reduzido número de participantes, obedece a que critério jornalístico?
Lá porque os Srs. jornalistas e redações, são pró-liberalização do aborto, será correto, será ético, “silenciar” aquela manifestação popular, enquanto - no mesmo momento -, talvez por se tratar da (tão querida à esquerda) “causa republicana”, lá vai "todo lampeiro" garantir a cobertura e difusão de um evento que contou com a presença de meia dúzia de cidadãos?
Esta forma de censura que, na prática, mais não é que a discriminação de uma determinada corrente e ideologia, em favor de outra, é também uma das mais vulgares formas de manipulação da agenda mediática e de contínua formatação da opinião dos cidadãos portugueses.
“Omitindo” seletivamente "esta" manifestação, "aquela" opinião, "este" facto ou notícia – isto é - privilegiando um determinado ponto de vista em relação a outros, vai-se incutindo na sociedade uma realidade distorcida que condiciona a célebre “opinião pública”.
Esta forma de censura que, na prática, mais não é que a discriminação de uma determinada corrente e ideologia, em favor de outra, é também uma das mais vulgares formas de manipulação da agenda mediática e de contínua formatação da opinião dos cidadãos portugueses.
“Omitindo” seletivamente "esta" manifestação, "aquela" opinião, "este" facto ou notícia – isto é - privilegiando um determinado ponto de vista em relação a outros, vai-se incutindo na sociedade uma realidade distorcida que condiciona a célebre “opinião pública”.
Esteja atento às reportagens e verificará que algumas manifestações contam com mais jornalistas a cobrir o acontecimento, que manifestantes...
NOTA: pessoalmente, sou contra a proibição do aborto. É uma decisão do foro pessoal e intimo das pessoas onde o Estado não deve interferir. Mas a função dos media é informar e não "educar".