Teve hoje algum destaque, a notícia relativa à redução da despesa com medicamentos. Aqueles que apenas se ficam pelos títulos, pelo soundbyte, podem ser levados a pensar que esta redução é uma consequência das “medidas de austeridade” e dos cortes no sector de saúde (apelidados, não raras vezes, de cegos). No entanto, e apesar de várias notícias e reportagens que, ciclicamente, passam essa mensagem, a realidade é um pouco diferente:
“no ano passado, os portugueses compraram mais 5,8 milhões de embalagens de fármacos, mas pouparam mais de 190 milhões de euros."
Enfim, numa altura em que tanto se fala sobre a dificuldade dos pensionistas em comprar medicamentos, constata-se que as actuais políticas na área da saúde permitiram uma quebra de cerca de 30% no seu custo, permitindo aos portugueses – nomeadamente aqueles com menores recursos - uma significativa redução das suas despesas nesta área.
Lembrar também, que este alívio do orçamento dos portugueses é feito à custa do lobby dos laboratórios, contra os interesses das multinacionais do tal “grande capital”. Nada mal para um governo que é “forte com os fracos e fraco com os fortes”…
Ainda na área da Saúde, veja-se esta capa do DN no passado dia 21 de Janeiro:
Sabe-se da quantidade de pessoas que se limita a assimilar a mensagem veiculada pelos cabeçalhos, às vezes bem distinta do corpo da notícia em si. Habituado ao jornalismo esquerdista que temos que, em resumo, atribui aos actuais governantes uma “obsessão” na redução de custos à custa dos cidadãos / utentes, aquele título “Ministério manda fazer hemodiálise e casa para reduzir custos”, despertou-me interesse…
Após uma breve pesquisa sobre o tema, facilmente se conclui que esta medida é muito mais que uma mera "redução de custos" e que também os doentes serão beneficiados com as alterações em curso. Aqui, entre outras informações, fica-se a saber que uma parte significativa dos doentes pode – desde que sejam providenciadas essas condições – fazer os tratamentos na sua casa. Para além disso e no mesmo artigo, é a própria comunidade médica que afirma “… pode haver vantagens em haver mais doentes a fazer este tratamento em casa”.
Enfim, como já se deu conta aqui no blog, estes títulos - sistematicamente depreciativos destes governantes - só podem resultar da célebre inabilidade e incompetência dos políticos “da direita” para comunicar. O jornalismo luso, de uma isenção "à prova de bala", nunca promoveria estas deturpações...
Fosse esta decisão de um governo de esquerda e, em vez da mensagem assente na redução de custos, provavelmente, poderíamos ler manchetes como: