23 janeiro, 2015

Notícias que passam ao lado das manchetes: Absentismo no Sistema Nacional de Saúde.

 
Numa altura em que muito se tem falado do sistema nacional de saúde, nomeadamente, na escassez dos meios disponíveis para atendimento aos utentes, eis um assunto que, aposto, nunca abrirá os telejornais ou terá algum destaque sequer…
 
(via, Rádio Renascença)

“… O número [do absentismo no Hospital de Sto António] não é exactamente o que o doutor António Ferreira (presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João) disse. É mais baixo, anda nos 8% ou 9%, não chega aos 11%. Todos os dias faltam 9% das pessoas pelas razões mais diversas, ou porque estão no período de parto, ou de férias, ou porque meteram atestado.

Como se poderia atacar esse problema?
Nós fizemos uma experiência que foi muito bem-sucedida, em que atingimos um absentismo equivalente à iniciativa privada. Estabelecemos um prémio de presença de que os sindicatos não gostam nada. Quem não faltar ou apenas o dizer num dia por mês recebe um prémio de 20% do salário.

Quais foram os resultados?
O absentismo desceu para metade, porque as pessoas deixaram de faltar. Nesse grupo temos 4 ou 5% de faltas.”



Se o nível de absentismo destes funcionários fosse o mesmo dos trabalhadores do sector privado, não teriam os portugueses que se deslocam aos hospitais e centros de saúde, melhor tratamento?
 
 
Não seria merecedor de curiosidade jornalística e/ou atenção mediática, a circunstância de a função pública ter o dobro do absentismo do sector privado? 
 
Srs. jornalistas e comentadores, este "pormenor" não terá impacto na qualidade dos serviços prestados aos cidadãos? Tanto sindicalista a marcar presença regular na agenda mediática e nenhum jornalista se disponibiliza para fazer perguntas sobre este assunto... Porque será?


Enfim, talvez porque, na agenda mediática, há espaço para pedir a cabeça do ministro e outros governantes. Não convém dar visibilidade a perspetivas que possam comprometer essa narrativa
 
 
 
 

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