05 janeiro, 2015

Aviso! Post com associação “absolutamente delirante” de uma notícia de 2009 com outra, completamente desconexa, de 2015.

2015:

“Tribunal de Contas. Alta velocidade custou mais de 150 milhões apesar de nunca ter saído do papel”

"Os estudos preliminares demonstraram que o investimento na rede ferroviária de alta velocidade não apresentava viabilidade financeira. Os mesmos estudos demonstraram que o eixo Lisboa-Madrid, o primeiro que se previa vir a ser implementado, também seria financeiramente inviável

O investimento seria implementado com base num modelo "sem paralelo em termos internacionais", assente em seis contractos de Parceria Público-Privada (PPP) cujos encargos para os parceiros públicos ascenderiam a 11,6 mil milhões de euros.

"Os riscos de procura relevantes recairiam sobre a CP e a REFER, empresas públicas economicamente deficitárias. Em contrapartida, os pagamentos pela disponibilidade da infraestrutura às concessionárias gozariam de estabilidade, característica típica das rendas", alerta o relatório do TdC.”



2009:

Repito, é "absolutamente delirante" sugerir a existência de qualquer  ligação entre estas 2 notícias...

 
Notícias que passaram "absolutamente despercebidas" ao Jornalismo luso durante anos...

Através de uma simples pesquisa no Google (por ex.: Sócrates, tribunal contas), facilmente se encontram notícias que nos dão conta de diversos investimentos públicos feitos no consulado de Sócrates com um denominador comum: ruinosos para o Estado, mas (altamente) lucrativos para as empresas privadas que neles participavam.


Por ex., recordar este post de Junho de 2013:

“O documento [relatório produzido pela comissão de inquérito às PPP rodoviárias] caracteriza o programa de subconcessões como “um projecto rodoviário deficitário que compromete a capacidade da EP em assumir os seus encargos” e sublinha que “os responsáveis políticos à época [nomeadamente Mário Lino e Teixeira dos Santos] foram alertados para este aspecto e ainda assim decidiram avançar”.


“A EP pela voz do seu antigo presidente, Dr. Almerindo Marques, assumiu pressão directa do secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e Comunicações, Dr. Paulo Campos, e indirecta do Primeiro-Ministro, Engenheiro José Sócrates, com vista a realização de obra”, destaca.” 

(enfim, "infâmias"...)

 
Embora a nossa "diligente" comunicação social não tenha dado destaque a tal informação, neste outro post de Março de 2013, aqui se salientou outro dado relevante para perceber o enredo em torno do investimento público socrático: a forma como, em alguns casos, o Tribunal de Contas foi ludibriado pelo governo de então, para avançar com obras.



Resumindo:
Diversos investimentos classificados como ruinosos para o erário público, apenas avançaram por pressão dos membros do governo (cujo dever seria, precisamente, salvaguardar o interesse público...) que tutelavam os órgãos onde tais decisões foram tomadas. 
 
Pelo meio, e de forma a obterem a indispensável "luz verde" daquele organismo, os serviços tutelados por esses mesmos governantes ocultaram deliberadamente ao Tribunal de Contas informação financeira relevante, para que os projetos pudessem avançar no terreno. Casos houve, em que as obras avançaram mesmo sem existir o visto prévio daquele organismo, em flagrante violação da Lei.



Pergunto, olhando ao que foi a gestão de Sócrates e do seu governo, e assumindo que não estamos perante um fenómeno de corrupção, o que seria preciso além da informação anterior para condenar um gestor público por gestão danosa? 
 

Para finalizar, outra notícia sem qualquer conexão com as anteriores: 
 
 
 
 
 

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