Que brilhante e feliz analogia (Pe.
António Vieira é um aprendiz comparado com Pe. Costa). Mas, à boleia desta
estimulante associação, imaginemos se, na época dos Descobrimentos, fosse
necessário lidar com dezenas de sindicatos como parece que a TAP tem de fazer…
alguém acredita que teríamos conseguido chegar à India ou Brasil?!
Mais a sério…
Que país deprimente. Voltamos à prática da política tribal, pela mão dos mesmos políticos que, quando convém, tanto gostam de evocar os modelos desenvolvidos e civilizados das democracias do norte da Europa como exemplo.
O PS, em mais de uma ocasião, teve nos seus planos a venda / privatização da TAP. Não é preciso ter memória de elefante para o recordar!
Assistir, como se viu este fim de semana, à demagogia mais reles e barata em torno deste assunto já é suficientemente mau, mas, verificar o papel do nosso jornalismo que, demitindo-se da sua principal missão - informar – se limitou a passar as declarações de Costa e a resposta de PSD e CDS, deixando apenas à “fé dos crentes” em quem acreditar, também é sintomático da “qualidade” da nossa comunicação social e, consequentemente, da nossa democracia.
Fosse o inverso (Passos em vez de Costa), e teríamos os telejornais a abrir denunciando a contradição do político que “dizia uma coisa e agora diz outra” e as imagens para o provar.
A privatização da TAP não é apenas referida no programa de resgate (os socialistas até poderiam alegar que foram forçados a incluir tal medida..) No PEC IV – que o PS continua a apresentar como a solução milagrosa que teria evitado a vinda da Troika – na página 24, existe o parágrafo “Privatizações” que diz o seguinte:
“Privatizações
O programa de privatizações no SEE diminui a dívida pública, e, por conseguinte, os encargos a ela associados, o que se repercute positivamente [a privatização socialista é naturalmente boa...] no esforço de consolidação orçamental. Entre 2010 e 2013 prevê-se a obtenção de receitas de privatizações no montante de cerca de 6470 milhões de euros que contribuirão para reduzir a dívida pública, dependendo o montante efectivo de receitas das percentagens de participação que sejam fixadas.
No quadro da programação plurianual das operações de privatização, continuará a promover-se, em geral, a alienação das participações integradas na denominada carteira acessória, contemplando-se, ainda, um conjunto de diversas empresas nas áreas da energia, construção e reparação naval, tecnologias de informação e comunicação, serviço postal, infra-estruturas aeroportuárias, transporte aéreo e transporte ferroviário, bem como a alienação de activos detidos fora do país.
Neste âmbito, proceder-se-á a um esforço adicional, de antecipação do programa de privatização e alienação de participações do Estado, face ao previsto na actualização de Março de 2010 do PEC, através da antecipação para 2012 de algumas das operações previstas ocorrer em 2013."
Como facilmente se conclui, a posição de Costa e dos socialistas, no que diz respeito a privatizações, é radicalmente diferente dos sociais-democratas!
Assistir, como se viu este fim de semana, à demagogia mais reles e barata em torno deste assunto já é suficientemente mau, mas, verificar o papel do nosso jornalismo que, demitindo-se da sua principal missão - informar – se limitou a passar as declarações de Costa e a resposta de PSD e CDS, deixando apenas à “fé dos crentes” em quem acreditar, também é sintomático da “qualidade” da nossa comunicação social e, consequentemente, da nossa democracia.
Fosse o inverso (Passos em vez de Costa), e teríamos os telejornais a abrir denunciando a contradição do político que “dizia uma coisa e agora diz outra” e as imagens para o provar.
A privatização da TAP não é apenas referida no programa de resgate (os socialistas até poderiam alegar que foram forçados a incluir tal medida..) No PEC IV – que o PS continua a apresentar como a solução milagrosa que teria evitado a vinda da Troika – na página 24, existe o parágrafo “Privatizações” que diz o seguinte:
“Privatizações
O programa de privatizações no SEE diminui a dívida pública, e, por conseguinte, os encargos a ela associados, o que se repercute positivamente [a privatização socialista é naturalmente boa...] no esforço de consolidação orçamental. Entre 2010 e 2013 prevê-se a obtenção de receitas de privatizações no montante de cerca de 6470 milhões de euros que contribuirão para reduzir a dívida pública, dependendo o montante efectivo de receitas das percentagens de participação que sejam fixadas.
No quadro da programação plurianual das operações de privatização, continuará a promover-se, em geral, a alienação das participações integradas na denominada carteira acessória, contemplando-se, ainda, um conjunto de diversas empresas nas áreas da energia, construção e reparação naval, tecnologias de informação e comunicação, serviço postal, infra-estruturas aeroportuárias, transporte aéreo e transporte ferroviário, bem como a alienação de activos detidos fora do país.
Neste âmbito, proceder-se-á a um esforço adicional, de antecipação do programa de privatização e alienação de participações do Estado, face ao previsto na actualização de Março de 2010 do PEC, através da antecipação para 2012 de algumas das operações previstas ocorrer em 2013."
Como facilmente se conclui, a posição de Costa e dos socialistas, no que diz respeito a privatizações, é radicalmente diferente dos sociais-democratas!
Na mesma intervenção, para além de ir buscar as caravelas e o “cisma da privatizações”, o futuro PM acusou Passos Coelho de se “refugiar na fantasia”...
Enfim, ocorre-me dizer que os portugueses têm os líderes políticos que merecem.