31 outubro, 2014

Os jornalistas da Bola serão preguiçosos?


Curioso com o título? Já lá vamos...
 

2 Entre os que dominam o palco do espaço mediático, as previsões do atual Governo são sempre inexequíveis e um embuste (atente-se à discussão do OE2015). Apesar disso e tal como já sucedeu em 2013 - ano em que personalidades (essas sim) de inquestionável sabedoria e credibilidade, vaticinavam um novo resgaste para Portugal e o seu regresso à idade média -, o défice orçamental está em linha com a meta prevista (embora a execução tenha sido afetada pela decisão do TC, recorde-se):

“O saldo das Administrações Públicas fixou-se nos -3.989,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um desagravamento de 1.421 milhões face ao período homólogo.

... se excluirmos a despesa do Estado com juros da dívida, observa-se um excedente primário de 1.388 milhões de euros, uma melhoria de 1.654 milhões face a 2013.”



3 Terceira nota - a dívida pública -, outro segredo bem guardado pelos média. Parece que o ano de 2014 assinalou uma inversão da tendência de subida:
“A proposta de Orçamento do Estado para 2015 aponta para uma descida do rácio de endividamento de 127,2% para 123,7%, uma descida de 3,5 pontos percentuais. Em 2013, este valor atingiu os 128%, já tendo em conta as novas regras do Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais (SEC 2010).”


O que têm em comum estes 3 factos?!
A circunstância de passarem completamente despercebidos nas manchetes e nas aberturas de telejornal das 20h!
 
Mas, bastará fazer um breve exercício de memória e todos recordaremos (em períodos bem recentes)  telejornais abrirem, quase diariamente, com notícias sobre o aumento do desemprego, da dívida ou a denunciarem uma derrapagem do défice

E, não,
não é “preguiça” de ir estudar os números e os indicadores. Este condicionamento da agenda mediática, como aqui se defende há muito, é deliberado. O país não precisa de notícias boas nesta fase... 

Alguns fizeram troça das declarações de Passos Coelho sobre jornalistas e comentadores, outros fizeram-se desentendidos... No entanto, qualquer pessoa minimamente atenta e imparcial, sabe que essas declarações refletem uma realidade:  o espaço mediático não é isento, é-lhe (bastante) hostil e anseia pelo regresso ao poder de algo com um rótulo de "esquerda"...
 
 
Enfim, as boas notícias regressarão às capas dos jornais e à abertura dos noticiários, quando o "predestinado" tomar o seu lugar... 
   
 
Façamos aqui uma analogia entre o "jornalismo político" e o jornalismo desportivo.   
 
A falta de isenção clubística do jornal "A Bola", ficará a dever-se à "preguiça" dos seus jornalistas ou será que a redação daquele jornal, objetivamente, segue um critério editorial de apoio ao clube lisboeta que veste encarnado?