Nos últimos dias, inúmeros artigos e reportagens têm-nos dado conta de uma sangria nas poupanças dos portugueses. Obviamente, os tempos não são fáceis e este facto vem sendo apresentado como uma consequência do tal "empobrecimento do país" em curso. Uma notícia da TSF rezava assim:
No entanto, com os media portugueses é sempre necessária muita cautela... Há umas semanas atrás tinha lido uma notícia que indiciava precisamente o contrário, ou seja, que as poupanças teriam crescido cerca de 5% de 2011 para 2012 (claro que essa notícia correu nas últmas páginas dos jornais não tendo merecido quelquer destaque...), o assunto merecia uma investigação!
A TSF, de onde foi extraído o link anterior, publicava no final de Agosto:
Os depósitos das famílias cresceram 1,9 por cento entre maio e junho de 2011.
Em termos homólogos, os depósitos aumentaram 5,2 por cento, passando de 118.402 mil milhões de euros contabilizados em Junho de 2010 para 124.514 mil milhões de euros em Junho de 2011.
Note-se que o mesmo órgão de comunicação social publica artigos completamente contraditórios pois, mesmo com o decréscimo de depósitos entre Agosto e Setembro de 2012, os números indicam que no último ano as apicações financeiras dos portugueses têm um balanço positivo.
Entretanto, hoje, o Banco de Portugal veio esclarecer que:
"a queda nos depósitos verificada em setembro não se deve a uma diminuição das poupanças das famílias, mas sim a uma reorientação para outras aplicações financeiras, sobretudo obrigações."
"O valor total das aplicações financeiras dos portugueses está hoje «muito em linha» com o observado há um ano, havendo apenas uma reorientação diferente destas."
Concusão: a ideia que a muita comunicação social faz / fez passar - que a quebra dos montantes aplicados em depósitos corresponde a um aumento de dificuldades dos portugueses - não é exacta nem verdadeira.
Com jornalismo assim...
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