Para além desta capa do JN, foram diversos os órgãos de comunicação social que fizeram questão de difundir esta “falcatrua”…
“Governo «esconde» 162 mil desempregados
Desempregados em formação poderiam fazer disparar a taxa de desemprego de 15,1% para os 18,2%”
“Governo encobre número de desempregados com estágios e formações”
"Formação e estágios escondem reais valores do desemprego"
Pois... Basta revisitar (bendito Google…) algumas notícias alusivas ao fim do “Programa Novas Oportunidades” para constatar como é discricionária a análise mediática dos assuntos...
Em 2012, quando várias notícias nos davam conta do encerramento de muitos centros das Novas Oportunidades por iniciativa este governo, alguma capa de jornal referiu que os inscritos nesses cursos eram, na verdade, “desempregados escondidos”?
Claro que não. Nessa altura, entre outras desvantagens, a comunicação social preferia destacar o desinvestimento na educação de adultos…
Em 2012, quando várias notícias nos davam conta do encerramento de muitos centros das Novas Oportunidades por iniciativa este governo, alguma capa de jornal referiu que os inscritos nesses cursos eram, na verdade, “desempregados escondidos”?
Claro que não. Nessa altura, entre outras desvantagens, a comunicação social preferia destacar o desinvestimento na educação de adultos…
Ao pesquisar o que então noticiava, facilmente se constata que o ângulo de análise escolhido pelo jornalismo visa sempre o mesmo objetivo: incitar o "cidadão comum" a indignar-se com o atual governo.
“Formação de adultos sem respostas depois do fim das Novas Oportunidades…
Na prática, denunciou também a Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos (ANPEFA), "não há oferta de educação de adultos desde Agosto de 2012", altura em que os centros Novas Oportunidades foram impedidos de receber novas inscrições. Estes encerraram em Março, deixando, segundo estimativas apresentadas pelo Governo, 55 mil candidatos com processo de formação em curso.
[…]
Entre 2006 e 2010 foram 409 mil os adultos que conseguiram uma certificação escolar através do programas Novas Oportunidades, a maioria dos quais por via dos processos RVCC, em que eram sobretudo valorizadas as competências já aprendidas ao longo da sua vida. Para além destes, conseguiram uma certificação escolar mais 80 mil adultos nos chamados "cursos de Educação e Formação de Adultos" (EFA), que também estão agora reduzidos a uma expressão ínfima…”
“Formação de adultos sem respostas depois do fim das Novas Oportunidades…
Na prática, denunciou também a Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos (ANPEFA), "não há oferta de educação de adultos desde Agosto de 2012", altura em que os centros Novas Oportunidades foram impedidos de receber novas inscrições. Estes encerraram em Março, deixando, segundo estimativas apresentadas pelo Governo, 55 mil candidatos com processo de formação em curso.
[…]
Entre 2006 e 2010 foram 409 mil os adultos que conseguiram uma certificação escolar através do programas Novas Oportunidades, a maioria dos quais por via dos processos RVCC, em que eram sobretudo valorizadas as competências já aprendidas ao longo da sua vida. Para além destes, conseguiram uma certificação escolar mais 80 mil adultos nos chamados "cursos de Educação e Formação de Adultos" (EFA), que também estão agora reduzidos a uma expressão ínfima…”
Porque será que os mesmos jornalistas que conceberam a capa do JN acima, não se lembraram aquando da subida (acima de todas as expectativas ) da taxa de desemprego em 2012 e 2013, de referir que - parte dessa subida, pelo menos - se devia ao fim das ações de formação das NO?!
Porque não fez o mesmo JN uma capa em letras garrafais a afirmar que, na realidade, a taxa de desemprego divulgada pelo governo socialista entre 2006 e 2011 era falsa, graças às centenas de milhar de formandos "escondidos" nas Novas Oportunidades!?
Conclusão:
Se um governo "de direita" cria cursos de formação, isso é “esconder desempregados”. Quando um governo "de esquerda” fomenta cursos de formação, está a apostar na "qualificação dos portugueses".
É assim o (duplo) critério do jornalismo português.
Conclusão:
Se um governo "de direita" cria cursos de formação, isso é “esconder desempregados”. Quando um governo "de esquerda” fomenta cursos de formação, está a apostar na "qualificação dos portugueses".
É assim o (duplo) critério do jornalismo português.