25 março, 2014

Cortar na despesa da RTP, é cortar no "Estado Social"?...


Não foi a 1ª vez, mas ontem durante o Prós & Contras, Fátima C. Ferreira protagonizou mais um daqueles momentos que definem bem o povo que somos, particularmente, a nossa incapacidade de autocrítica e entranhado corporativismo.

O programa falava do Manifesto dos 70, da renegociação da dívida e, pela enésima vez, discutiam-se as “alternativas para sair da crise”. A certa altura falou-se na (inevitável) redução da despesa pública e do Estado… eis o momento. No seu estilo inconfundível, a jornalista e apresentadora diz algo do género: mas, cortar na despesa do Estado, onde? No Estado Social, na Saúde na Educação?... Mas, onde poderemos cortar?!

Não sou um espectador assíduo do programa, ainda assim, não foi a 1ª vez que assisti a este misto de desafio e queixume, sempre que se toca no assunto da redução da despesa do Estado.

Nesse momento nunca consigo deixar de pensar na ironia daquele episódio que, ao mesmo tempo, demonstra porque é impossível implementarmos qualquer reforma em Portugal sem que seja por imposição externa… Se, quem está na RTP - uma empresa pública que custou aos contribuintes, entre 2009 e 2012, mil milhões de euros – não vislumbra onde é possível cortar na despesa do Estado, quem conseguirá?!

 
 

Para terminar, a RTP é um paradigma do "Portugal que vive à mesa do Orçamento de Estado" e que tentará resistir a qualquer mudança do status quo…