(Sim, este texto será reacionário e “impoliticamente” correto)
Cansado de ouvir o ruído mediático que atribui ao governo “a destruição da Educação pública”, venho partilhar uma pequena reflexão / tese sobre o tema:
Não será que, atualmente, o maior obstáculo a um crescente nível de educação da população portuguesa, reside na cultura “subsídio-dependente” que se instalou na sociedade?
Ao contrário de “outros tempos”, não é por falta de oferta de infraestruturas, não é por falta de professores ou por falta de investimento na Educação que um jovem não progride nos estudos. Não se tratam de razões materiais portanto, mas de algo que mudou na sociedade portuguesa…
Por favor! Deixemo-nos do politicamente correto - tão querido à esquerda e seus fiéis seguidores nas redações – e olhemos à realidade: a partir do momento (sobretudo desde o consulado Guterres) que se incutiu numa significativa franja da população, a ideia que o Estado estará sempre - e sublinho o sempre - presente para suprir qualquer uma das suas necessidades através de um subsídio ou apoio (habitação, saúde, alimentação, um curso no iefp, etc.), a Educação deixou de ser o instrumento de “ascensão social” que é suposto ser.
Coloquemo-nos no lugar de muitas crianças deste país, as quais, infelizmente, tendo sido educadas numa realidade onde os seus pais, vizinhos, etc., mesmo sendo desempregados “crónicos”, conseguem ter sempre algum dinheiro no bolso para ir tomar o pequeno-almoço ao café ou comprar o seu maço de tabaco. O que podem estes jovens concluir da sua observação? Que incentivo têm para se esforçar em aprender, em trabalhar na escola para, mais tarde, poderem aspirar a uma vida mais confortável?
Em termos de situação financeira, estas crianças – digamos, estes “filhos do Estado Social” - não terão um estilo de vida muito diferente daquelas cujos pais ganham o salário mínimo, dos filhos daqueles portugueses que, ao fim de décadas de trabalho, tragicamente se viram no desemprego.
O que faz a diferença é o “caldo de cultura” em que cresceram. Aqueles que foram educados numa realidade onde o estudo e a escola, são essenciais para conseguir um bom emprego e uma vida melhor, terão as mesmas possibilidade de sucesso em relação aqueles que foram “ensinados” pela realidade que os rodeia, a esperar pelo Estado e os seus subsídios?
Costuma dizer-se que “Basta uma maçã podre para estragar todo o cesto.”… Infelizmente, para alguns, a Escola passou a ser encarada como um sítio onde o Estado "diz que eles devem estar", assim como, por exemplo, outros passam pelos cursos remunerados das novas oportunidades. Em vez de um local para aprender e obter instrução, parece estar interiorizado que a ida a escola é uma obrigação, uma contrapartida pelo subsídio.
Nunca se ouvira´ um comentador dizer isto num telejornal, mas o ambiente instalado nas salas de aulas deste país, é uma ameaça infinitamente maior para a educação dos nossos filhos, que todas as (supostamente) más decisões tomadas por Crato juntas!
Ironicamente, o “Estado Social” pode ter-se tornado num elemento de exclusão destes jovens (autênticos reféns do sistema de segurança social) por, na prática, constituir um dos elementos que mais contribui para perpetuar uma vida nas margens mais desfavorecidas da sociedade.
Aqueles - crianças e pais -, que conseguem sair do ciclo da subsidiodependência, são uns verdadeiros heróis. Pena que, em vez de estar constantemente a fazer crer a uma população que o Estado tudo deve garantir, a comunicação social não tenha um papel mais pedagógico, difundindo e valorizando os casos de cidadãos que assumem o seu próprio destino, quebrando a situação de pobreza em que se encontravam (parece que este tipo de reportagens levanta questões ideológicas inconvenientes para a narrativa de alguns...).
Para finalizar, defendo o Estado Social e não tenho qualquer dúvida sobre a importância da existência desses apoios. Mas, deverão ter um cariz temporário e não permanente, sob pena de fomentar o imobilismo e a estagnação social, ao contrario de a combater.