Mesmo a fechar o ano, grande vitória sindical! Por decisão de um tribunal, a “Educação” foi a grande vencedora e a derrota de Crato foi total. Graças à estrondosa vitória da Fenprof e de Nogueira, para o ano, o número de professores desempregados vai ser… maior.
Falando mais "a sério", esta questão do exame é completamente lateral relativamente ao problema de fundo dos professores em Portugal: o desemprego ditado pelo enorme desajustamento entre a necessidade de docentes nas escolas (oferta) e o número de professores (procura).
O que é aflitivo em Portugal, de há uns anos a esta parte, é ver as inúmeras aberturas de telejornais e as manchetes da imprensa, que nos anunciam grandes “vitórias” dos sindicatos a propósito da causa do momento – desta vez foi o exame dos professores, anteriormente foram os exames aos alunos do 1º ciclo, todos os anos temos a polémica em torno dos concursos de colocação, antes disso, o sistema de avaliação dos professores, etc., etc… –, e cada "luta" traz consigo a respectiva derrota do ministro da educação do momento. A comunicação social refere-se a estas disputas, como se tratasem de notícias sobre “Educação”. Não são.
Sejamos realistas, a esmagadora maioria das causas e greves de professores, "iriam para a gaveta" caso o Estado empregasse todos aqueles que obtiveram um diploma que os habilita a ensinar. Mas isso é impossível.
Crato, como outros, é apenas mais um Ministro que tem de lidar com a força tremenda de um sindicato, que representa os interesses de dezenas de milhares de professores (compreensivelmente desesperados), mas que, infelizmente, não poderão exercer a profissão para a qual se prepararam.
Falando mais "a sério", esta questão do exame é completamente lateral relativamente ao problema de fundo dos professores em Portugal: o desemprego ditado pelo enorme desajustamento entre a necessidade de docentes nas escolas (oferta) e o número de professores (procura).
O que é aflitivo em Portugal, de há uns anos a esta parte, é ver as inúmeras aberturas de telejornais e as manchetes da imprensa, que nos anunciam grandes “vitórias” dos sindicatos a propósito da causa do momento – desta vez foi o exame dos professores, anteriormente foram os exames aos alunos do 1º ciclo, todos os anos temos a polémica em torno dos concursos de colocação, antes disso, o sistema de avaliação dos professores, etc., etc… –, e cada "luta" traz consigo a respectiva derrota do ministro da educação do momento. A comunicação social refere-se a estas disputas, como se tratasem de notícias sobre “Educação”. Não são.
Sejamos realistas, a esmagadora maioria das causas e greves de professores, "iriam para a gaveta" caso o Estado empregasse todos aqueles que obtiveram um diploma que os habilita a ensinar. Mas isso é impossível.
Crato, como outros, é apenas mais um Ministro que tem de lidar com a força tremenda de um sindicato, que representa os interesses de dezenas de milhares de professores (compreensivelmente desesperados), mas que, infelizmente, não poderão exercer a profissão para a qual se prepararam.
Esta situação, como várias outras aliás (recordar a lei da causa - efeito...), decorre más decisões e erros sucessivos, tomados nas décadas recentes - o desemprego destes professores, tem origem em opções tomadas há 10, 20 anos, e não com as políticas de Crato (ou da sua antecessora). Más decisões políticas mas, diga-se, também, más decisões pessoais. Já nos distantes anos 90 existia desemprego entre os professores e tal não impediu que muitos apostassem num curso que apenas lhes serviria para engrossar as fileiras do desemprego…
Acresce ainda, uma evolução demográfica desfavorável que sentencia – qualquer que seja o governo ou ministro – que cada vez existirão menos alunos, logo menores necessidades de professores.
Acresce ainda, uma evolução demográfica desfavorável que sentencia – qualquer que seja o governo ou ministro – que cada vez existirão menos alunos, logo menores necessidades de professores.
Analisemos esta questão do exame dos professores em concreto:
Em resumo, todos os anos, o Estado português contrata, entre largas dezenas de milhar de professores (40.000, 50.000?), uns 6 ou 7 mil. Do ponto de vista da qualidade do sistema educativo, não consistirá na avaliação desses professores, a única forma que o Estado tem ao seu alcance para poder selecionar os melhores e mais bem preparados?
Em resumo, todos os anos, o Estado português contrata, entre largas dezenas de milhar de professores (40.000, 50.000?), uns 6 ou 7 mil. Do ponto de vista da qualidade do sistema educativo, não consistirá na avaliação desses professores, a única forma que o Estado tem ao seu alcance para poder selecionar os melhores e mais bem preparados?
Será mesmo, como inúmeras vezes se vê repetido na comunicação social, que o objectivo deste exame é a “humilhação dos professores”, ou será que o “maldito” teste de avaliação permitiria selecionar os mais competentes e, assim (ao contrário do que os sindicatos dizem repetidamente), a medida seria benéfica para o sistema de ensino, nomeadamente, para a melhoria da educação facultada aos nossos alunos?
E, assim sendo, que está aqui a “defender o sistema público de ensino” neste processo, ministro ou sindicatos?
Poder-se-á dizer "o teste não é a melhor forma de avaliar". Certo, mas, existe algum sistema de avaliação que exclua completamente a subjectividade?
Recordemos o que já foi dito atrás: infelizmente, para largos milhares de professores, o ensino não será uma opção. Qualquer pessoa ”com um pé na realidade” sabe isso, o Sr. Nogueira e a Fenprof, sabem disso. Entre tantas entrevistas, tantas reportagens com dirigentes sindicais, para quando um jornalista que pergunte simplesmente, isto:
"Sr. Nogueira, se apenas uma minoria dos professores poderão ser contratados pelo Estado para ensinar nas nossas escolas, é do senso comum, que deverão ser os mais bem preparados. Que medidas, que sistema o sindicato propõe, para selecionar os mais habilitados e competentes ?
Recordemos o que já foi dito atrás: infelizmente, para largos milhares de professores, o ensino não será uma opção. Qualquer pessoa ”com um pé na realidade” sabe isso, o Sr. Nogueira e a Fenprof, sabem disso. Entre tantas entrevistas, tantas reportagens com dirigentes sindicais, para quando um jornalista que pergunte simplesmente, isto:
"Sr. Nogueira, se apenas uma minoria dos professores poderão ser contratados pelo Estado para ensinar nas nossas escolas, é do senso comum, que deverão ser os mais bem preparados. Que medidas, que sistema o sindicato propõe, para selecionar os mais habilitados e competentes ?
As greves e as lutas contra “a destruição da Educação”, seguem dentro de momentos…