Costuma dizer-se que é nos tempos mais difíceis, na adversidade, que se conhecem os amigos.
Não se trata aqui de laços de amizade mas, curiosamente, entre as inúmeras reações na sequência da morte de Eusébio, dois casos sobressaíram por, de alguma forma, virem expor a natureza e a verdadeira essência das respectivas personagens.
Depois de ontem muito se ter falado das declaraçoes de Soares, hoje é a vez de Sócrates… (post de F. Duarte de Carvalho)
20140107
"Eusébio e Sócrates
Que Eusébio não fosse um pensador, como disse esse pensador Mário Soares, é uma opinião. Agora, em relação aos factos, temos um problema quando ouvimos Sócrates, outro pensador. Ele diz que se lembra de caminhar para a escola a ouvir os golos de Eusébio. E diz que isto foi num momento muito específico: durante o célebre jogo do Mundial de 1966 contra a Coreia do Norte.
Ora, várias questões se levantam quando um político fala e pensa. Daí que o trabalho dos jornalistas seja o de verificar a veracidade dos factos. Não é dizer que ele mente ou que se engana nos factos. Mas, trata-se de pensar naquilo que ele diz.
Assim, Sócrates diz, por outras palavras, que, no sábado, dia 23 de Julho de 1966, pelas 15 horas - data e hora do jogo entre Portugal e a Coreia do Norte -, ele foi à escola. E era Verão, quando muita gente já estaria de férias. Ele tinha então 8 anos, portanto, é possível que a memória não seja bem esta.
Mas, agora, pensem noutras coisas que um político diz e garante serem verdade. Por isso, olhem e observem - não basta olhar apenas - para os movimentos do corpo e as palavras... http://youtu.be/rbPamN_o1F0"
No caso de Soares e relativamente as polemicas declaraçoes por si proferidas, ja se tinha constatado o "desinteresse" dos media de grande audiencia - nomeadamente, os telejornais das 20h. Com este episodio de Socrates, verifica-se a mesma "inexistencia". O caso, alias, apenas parece "existir" no mundo dos blogs...
Se ao menos fosse o Relvas... isso sim, seria caso para as manchetes e aberturas de telejornal.
"Notícias, manifestações, factos, etc., ora são silenciados, ora são amplificados, de acordo com o critério jornalístico. Não se discutem os assuntos pela sua substância, sendo antes tratados como instrumentos para atingir um objectivo predeterminado, invariavelmente, alinhado com o pensamento e corrente ideológica reinante nas redacções....
"